Várzea das Flores

Copasa promete entregar plano de ações de represa após intervenção da Justiça

Água do reservatório ultrapassou capacidade e está escoando pelo vertedouro; medida visa prevenir inundações no rio Betim

Publicado em 30 de janeiro de 2020 | 23:06

 
 
normal

A Copasa informou, por meio de ofício enviado à Prefeitura de Betim na quinta (30), que apresentará, nesta sexta (31), um planejamento para evitar o risco de inundação das casas que ficam à margem do rio Betim, manancial que pode receber todo o volume excedente da represa Várzea das Flores, localizada entre os municípios de Betim e Contagem, caso haja derramamento descontrolado de água do seu vertedouro.

O comunicado foi feito pela estatal depois de a Justiça ter acatado um pedido do município e ter ordenado, nessa semana, que a empresa tome providências de segurança envolvendo o reservatório em até 24 horas. Por causa das chuvas fortes dos últimos dias, a represa ultrapassou 100% da sua capacidade e, desde quarta (29), o volume de água em excesso passou a escoar pelo seu vertedouro. Apesar disso, a Copasa garante que não há risco de a represa se romper.

“Ontem (quarta), nos encontramos com o diretor da Copasa e o engenheiro responsável pela Várzea, que nos informaram que eles estão em campo identificando moradias que poderiam ser mais afetadas com o volume de água da represa, caso a água que sai pelo seu vertedouro escoe de forma descontrolada. Hoje (quinta), recebemos esse ofício da estatal. No documento, eles informaram que vão apresentar o plano de segurança da barragem e seu estudo de estabilidade. Mas nossa expectativa é que a Copasa também apresente as demais solicitações feitas pela Justiça na liminar”, disse o secretário de Meio Ambiente, Ednard Tolomeu. 

Em decisão proferida pela Justiça na terça (28), o juiz da Vara da Fazenda Pública de Betim, Henrique Mendonça Schvartzman, também ordenou que a Copasa comunique à população ribeirinha sobre os riscos de inundação e determinou que a companhia arque com os custos de realocação da população, caso seja preciso retirar moradores de casa. Se a Copasa não cumprir com todas as imposições da Justiça, a estatal pode ser multada em R$ 300 mil por dia e a diretoria pode ser responsabilizada.

Monitoramento constante

Segundo Tolomeu, a represa está sendo monitorada três vezes por dia pelas equipes da prefeitura, que também estão acompanhando visualmente toda a calha do rio Betim, principalmente entre a avenida Edmeia Matos Lazzarotti e o barramento onde, segundo estudo de mancha de inundação divulgado pela Copasa, os moradores estariam mais vulneráveis a inundações. “Hoje, quase 6.000 litros de água estão saindo da Várzea por segundo. Isso porque parte da água está sendo bombeada e porque a represa abastece uma percela da população da região metropolitana”, explicou o secretario.

Irregularidades

Em fevereiro de 2019, a Prefeitura de Betim solicitou à Copasa o Plano de Ações Emergenciais (PAE) em caso de risco de rompimento, mas os documentos não foram apresentados. “A previsão inicial da própria Copasa era que o plano de segurança ficasse pronto em junho. A prefeitura está cobrando esses estudos, mas até hoje, eles não foram entregues”, afirmou o secretário Municipal de Meio Ambiente, Ednard Tolomeu.

“Uma das funções da represa é a contenção da água. É preciso que a Copasa tome providências para que não haja risco de a água sair por seu vertedouro em grande volume”, cobrou Tolomeu.

Estatal

A Copasa informou que vem adotando as medidas de segurança necessárias na represa e que equipes técnicas vistoriam 300 moradias às margens do rio Betim para conscientizar os moradores sobre a necessidade de eles observarem o nível da água.