Prefeitura inicia plano para amparar famílias atingidas

Foi a maior chuva da história da cidade: 313 milímetros em 48 horas. Mesmo com as ações de prevenção, Betim sofreu um rastro de destruição gerado pelos temporais entre sexta (24) e sábado (25), que causaram deslizamentos de terra, com seis mortes, casas interditadas, famílias retiradas de suas moradias por precaução, vias interditadas pela lama e alagamentos. 

O município foi reconhecido como uma das mais de cem cidades mineiras em situação de emergência por causa das chuvas. Na segunda (27), foi criada a Sala de Situação, composta por uma equipe multidisciplinar que tem a competência provisória da Superintendência Municipal de Defesa Civil para propor medidas preventivas, reparatórias, administrativas e judiciais para solucionar as situações decorrentes das fortes chuvas que atingiram a cidade, além de prestar acolhimento aos atingidos. 

Dentre as ações emergenciais da prefeitura para amenizar os estragos estão a retirada de famílias de áreas de risco, acolhimento das famílias em abrigos, aluguel de materiais equipamentos para remoção de encostas que deslizaram, dentre outras ações. 
“O caos se instalou com a chuva de sexta. Ainda bem que muitas pessoas ficaram em casa, se precavendo. Mobilizamos todo mundo nas ruas para atender a população, fizemos intervenções até mesmo antes da chegada dos bombeiros, juntamente com a PM, para salvar vidas. Infelizmente, ainda tivemos seis mortes. Buscamos amparar as famílias atingidas. Agora, vamos buscar construir o que foi perdido. Estivemos com o governador (Romeu Zema), com o ministro do Desenvolvimento Regional (Gustavo Canuto) para mostrar a situação. Vamos buscar soluções”, disse o prefeito Vittorio Medioli.

Uma das ações emergenciais que está sendo colocada em prática é a remoção de famílias. “Há cerca de 500 famílias em área de risco. A demanda está muito grande, mas precisaremos retirar as pessoas dessa situação. São casas que podem ser atingidas por deslizamentos, por quedas de muros. Há locais em que a casa está em boas condições, mas ela pode ser vítima de deslizamentos de outras residência. E há encostas que não têm jeito, fazer contenção delas também pode gerar riscos. Por isso, abrimos o cadastro na prefeitura para acolher essas famílias. Nossa prioridade é garantir que não haja mais perdas humanas”, declarou o secretário municipal de Governo, Léo Contador. 

Ainda de acordo com ele, outra ação emergencial da prefeitura é a concessão do aluguel social para as famílias que estão desabrigadas e desalojadas. Segundo o secretário municipal de Governo, a prefeitura vai cadastrar quem não tem onde morar. “Há critérios para que se conceda o aluguel social, porém, como estamos em situação de emergência, invertemos a ordem dessa análise para que essas famílias não fiquem em abrigos e casa de parentes por muito tempo. Nós identificamos as regiões de alto risco em que precisamos remover os moradores e, a partir desse cadastro, o município concederá o benefício do aluguel social, no valor de R$ 450, especificamente para quem teve que sair de casa”. 

Para isso, o morador necessitado será acompanhado por servidores para evitar possíveis fraudes. “Após o cadastro na prefeitura e o contrato da locação de imóvel, as famílias serão acompanhadas tanto por assistente social quanto pelas administrações regionais. A casa interditada será marcada para evitar ocupação”, completou.

Recuperação. Há a necessidade de recuperar totalmente 25 quilômetros de vias, e 65 parcialmente, além de estradas vicinais. Serão necessárias ainda 45 intervenções mais severas em áreas de risco, além de recuperação de pontes e pontilhões. “Faremos estudo geológico das regiões mais críticas para que possamos readequar as famílias, pois há locais em que as encostas são muito perigosas. Faremos projetos de recomposição dessas áreas, dando mais segurança à população”, reforçou Medioli.