Levantamento

Pesquisa do Procon mostra que produtos hortifrúti podem variar até 404% em Betim

Goiaba vermelha e tomate Andrea foram os itens com maior variação; quase 30 produtos foram analisados

Publicado em 15 de outubro de 2020 | 21:59

 
 
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Já imaginou ter que desembolsar R$ 9,99 no quilo da goiaba vermelha em um sacolão em Betim e, depois, passar em outro supermercado na cidade e achar o mesmo produto por R$ 1,98 o quilo?

Pois foi essa variação de preço, de 404%, a maior encontrada em uma pesquisa feita pelo Procon Betim, entre terça (13) e quarta-feira (14). No período, foram visitados dez estabelecimentos do município que comercializam frutas, verduras, legumes e hortaliças e, comparados os preços de 27 itens. 

O preço do tomate Andrea chegou a ter uma diferença de 349%, e essa variação expressiva também foi percebida nos valores praticados do quilo do quiabo e em itens como cebolinha e salsinha. Pelo quilo do tomate Andrea, alguns estabelecimentos cobram R$ 1,98, enquanto outros pedem R$ 8,90.

Aliás, foi esse um dos itens que a professora Adriana Alves de Oliveira Silva citou como os que tiveram maior aumento de preço nos últimos meses. “De julho para cá, percebi que os produtos alimentícios estão encarecendo a cada dia. Isso tem pesado muito no nosso bolso. Na minha casa, por exemplo, eu fazia uma compra quinzenal no sacolão em que gastava, em média, R$ 40. Hoje, esse valor está girando, em média, em R$ 70”, disse. 

Ainda conforme a pesquisa, quanto à cebolinha e a salsinha, os valores oscilam entre R$ 0,49 e R$ 1,89, uma variação de preço de 285%. 

Conforme o professor de economia e finanças Cleyton Izidoro, além da variação nos preços dos produtos, nos últimos meses, tem ocorrido também um aumento considerável no valor cobrado pelos produtos de hortifrúti. Para ele, esse crescimento pode ser justificado por três motivos. 

“O primeiro é a sazonalidade, que faz com que produtos de época sejam vendidos por um valor maior. Outro fator é o aquecimento da exportação desses produtos. Como os países do exterior estão pagando mais caro pelos itens nacionais, tem ocorrido um desabastecimento interno e, consequentemente, o aumento dos preços. Por último, outro fator que tem influenciado esse aumento nos preços é a questão climática, como as queimadas. Ao ter prejuízos, os fornecedores acabam os repassando isso aos consumidores”, explicou o economista. 

Dicas aos consumidores

Para que a compra de produtos hortifrúti não pesem no bolso dos consumidores, a superintendente do Procon Betim, Luana Guimarães, orienta que os betinenses façam a comparação de preços. 

“Os consumidores precisam ficar atentos e buscar alternativas, como substituir produtos mais caros por aqueles que estejam com melhores preço. De qualquer maneira, no Procon, dispomos de um fiscal que atua de forma permanente na verificação de denúncias de cobrança abusiva de produtos. Caso o consumidor queira fazer alguma denúncia, pode ligar para o órgão, por meio dos telefones (31) 3531-1188 e 3512-6046, que faremos a verificação”, orientou a superintendente.