Política

Pelo menos 12 vereadores de Betim deverão mudar de partido

Prazo para que os eleitos possam trocar de legenda terá início na próxima quinta (5); em Betim, até o momento, metade confirmou que disputará eleição por outra sigla

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 | 20:59

 
 
normal

A partir da próxima quinta-feira (5), vereadores de todo o país poderão mudar de partido para as eleições deste ano. O prazo se encerrará em 3 de abril. Nesse período, os atuais legisladores poderão trocar de legenda sem justificativa e sem risco de perder o mandato. Esse período é conhecido como “janela partidária”, que é quando acontece a chamada “dança das cadeiras” nas câmaras municipais.

Em levantamento feito pela reportagem com os próprios vereadores, 12 deles confirmaram que vão trocar de partido, sendo que cinco ainda não divulgaram em quais se filiarão. Outros cinco disseram que ainda não definiram se ficarão na legenda atual ou se vão mudar.

O PHS, que elegeu três vereadores em 2016, não terá nenhum a partir de abril. Layon Silva deverá ir para o PSL. Roberto da Quadra e Lindoar Barroso disseram que estão avaliando.

O PDT, que também fez três cadeiras em 2016, poderá ficar sem vereador a partir de abril. Adélio Carlos já fechou com o PSC. Gilson Baeta disse que não ficará no PDT, mas ainda não definiu o destino. Já Luiz Conexão afirmou que se filiará ao PV.

No Cidadania (antigo PPS), há situação semelhante. Ricardo Lana, que foi o candidato mais votado em 2016, está em avaliação se mudará ou não de partido. Mas já decidiu não concorrer à reeleição para vereador este ano. “É uma decisão pessoal”, relatou à reportagem.
No mesmo partido, Paulinho Vicentino disse que ainda está avaliando sua permanência. Gilson da Autoescola declarou que não definiu sua situação.

O PTB, que elegeu dois vereadores, ficará apenas com Carlin Amigão, que ainda assumirá a direção do diretório municipal. Já Eliseu Xavier sairá da legenda e se filiará ao PSD, se juntando à sigla do atual presidente da Câmara, Klebinho Rezende, que permanecerá no mesmo partido pelo qual foi eleito.

O PP perderá suas duas representantes eleitas em 2016: Ciene, que não informou à reportagem em qual partido pretende se filiar, e Elza Aguiar, que vai fazer parte do Podemos.

Mesmo caminho poderá ter o MDB. Paulo Tekim deverá se filiar ao PL. Já Marcelino do Sindicato ainda não definiu sua situação.

Joaquim Bracinho deixará o PTC para ir para o DEM. Claudinho, que deixará o Democratas, ainda não informou em qual partido se filiará.

Já a vereadora Bianca, que foi eleita pelo PPL, disse que ainda não sabe em qual partido ficará, mas afirmou à reportagem que não será candidata à reeleição por uma vaga na Câmara.

Não mudam
Além de Carlin e Klebinho, há os vereadores que não mudarão de partido, como Elias Araújo e Palmerinho, que permanecerão no PV. Daniel Costa também não mudará e seguirá no PT. Tiago Santana é outro vereador que deverá disputar a eleição pelo mesmo partido pelo qual foi eleito: o PCdoB.

Após decidirem em qual partido seguirão, os vereadores terão até o dia 4 de abril para fazer a filiação partidária na nova sigla, assim como comprovarem o domicílio eleitoral.
 

Maior número
Por causa das alterações na legislação eleitoral, este ano, as coligações partidárias estão proibidas na disputa para vaga na Câmara, ou seja, os partidos disputarão as cadeiras do Legislativo municipal com as chamadas chapas “puro sangue”. Com isso, se antes três, quatro legendas se uniam para compor uma chapa, agora, cada sigla terá que ter a sua própria. Assim, se 25 partidos lançarem 35 candidatos a vereador, haveria 875 nomes na disputa – em 2016 foram 550.

“Antes, as coligações proporcionais poderiam lançar até o dobro de vagas disponíveis na Câmara. Agora, para as eleições deste ano, cada partido poderá lançar até 150% do número de vagas para a Câmara Municipal. No caso de Betim, com 23 cadeiras disponíveis, cada partido poderá ter até 35 candidatos”, explicou a advogada Graciele Barbosa, especialista em direito eleitoral e em ciências políticas.