Imbróglio

Petroleiros da Regap, em Betim, estão em greve por tempo indeterminado

Sindicato denuncia que funcionários da refinaria estão dentro do local desde a última sexta (31); motivo do movimento é o fechamento de fábrica de fertilizantes no Paraná e a demissão de mil trabalhadores

Publicado em 03 de fevereiro de 2020 | 11:58

 
 
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Os petroleiros que atuam na Reginaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão em greve desde às 23h30 da última sexta-feira (31). De acordo com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindpetro/ MG), o motivo é a falta de cumprimento do acordo coletivo com o anúncio da Petrobras em fechar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), no Paraná.

“Estamos em greve por tempo indeterminado em defesa dos nossos empregos. A Petrobras anunciou a demissão de cerca de mil trabalhadores da fábrica de fertializantes no Paraná, e somos contra essa demissão em massa. Houve um descumprimeito de acordo coletivo”, disse o coordenador do Sindipetro MG, Anselmo Braga.

Ainda segundo ele, há funcionários trabalhando dentro da Regap desde a sexta-feira. “A gerência da Regap mantém esses trabalhadores dentro da refinaria, em cárcere. Há um número reduzido de funcionários, o que coloca em risco as condições de trabalho e a segurança de todos. Há uma instransigência por parte da direção da Regap em negociar”, afirmou.

Por enquanto, não houve impacto no abastecimento de combustível. “Ainda não há impacto na população quanto à distribuição de combustível, mas se a Regap mantiver os trabalhadores em cárcere, pode ser que tenha impacto na distribuição caso o pessoal venha a parar de trabalhar”, completou.

Está marcada para a tarde desta segunda (3) uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte, onde a questão da greve será tratada.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve da categoria atingiu 17 bases em dez estados do país. A estimativa é que 8.000 trabalhadores tenham aderido ao movimento no Brasil inteiro.

Posicionamento

A Petrobras afirmou em nota que “em relação ao movimento grevista iniciado no dia 01/02 em algumas unidades, a companhia reitera que considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos”.“Portanto, os motivos alegados não atendem aos critérios legais. Reforçamos que, em todos os itens apontados pelas entidades sindicais, a companhia vem cumprindo rigorosamente os compromissos firmados e segue aberta para dialogar com as entidades, nos termos e prazos acordados no Tribunal Superior do Trabalho durante a negociação do ACT vigente. Destacamos que, até o momento, nossas unidades seguem operando dentro dos padrões de segurança, com acionamento de equipes de contingência quando necessário”.

Sobre a denúncia de “cárcere” feita pelo Sindpetro/MG de funcionários da Regap, a Petrobras rebateu e disse “que não procede denúncia de que empregados da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) estão em 'cárcere privado' na unidade após greve convocada por entidades sindicais e que teve início às 23h30 da última sexta feria (31)". "Equipes de contingência da companhia estão atuando na unidade. A Petrobras reafirma que o movimento é descabido e infringe decisão judicial de 31/01/2020 que determina que o sindicato informe e faça atuar equipe nas quantidades determinadas. A companhia tem tomado todas as providências para garantir a continuidade de suas operações, o abastecimento do mercado e as condições de segurança em suas unidades”, complementa a nota.

(matéria atualizada às 15h39)