Covid-19

A rotina dos atletas em meio à pandemia

Longe das competições, eles se reinventam e treinam em casa

Publicado em 16 de abril de 2020 | 21:40

 
 
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O mundo parou. A vida da maioria das pessoas mudou. Com o avanço da pandemia do coronavírus, a sociedade, de forma geral, precisou rever suas prioridades e alterar a rotina. No mundo dos esportes não tem sido diferente. Todas as competições foram suspensas, os centros de treinamentos fechados e os atletas precisaram se reinventar para manter tanto a capacidade física, quanto à mental.

No mês passado, ao conquistar duas vitórias no pré-olímpico de Taekwondo da Costa Rica, Ícaro Miguel, 24 anos, deu um dos passos mais importantes da sua trajetória ao garantir sua vaga nas Olimpíadas. Além disso, na semana passada, ele se tornou o primeiro brasileiro da história a ocupar o posto mais alto do ranking mundial da modalidade.

Embora o sonho de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio tenha sido adiado devido à Covid-19, Ícaro Miguel prefere olhar pelo lado bom e agradecer por todas as conquistas. Em isolamento social ao lado da família, em Betim, o atleta se esforça e tenta manter uma rotina de treinamentos. “Eu tenho a vantagem de já estar classificado, mas falar que estou feliz com o adiamento não posso. Estou no melhor momento da minha carreira e estava pronto para competir, mas essa pausa é necessária. Vou seguir trabalhando a parte física e também a emocional”, afirmou.

Quem também está aprendendo a lidar com a ansiedade é a jogadora de vôlei de praia e de quadra Emanuely Pereira Cardoso, 17 anos, que estava pronta para disputar o Open Brasileiro Adulto, no Rio de Janeiro, neste mês. “Com ajuda dos treinadores estou conseguindo alinhar bem os exercícios e fazer um cronograma com os horários certinhos, completando com uma boa corrida”, revelou.

Na casa do pequeno Ignácio Gabriel Brant Almeida de Oliveira, de 6 anos, os pais também precisaram administrar as aulas virtuais com os treinos do garoto, que coleciona títulos e é o atual vice campeão brasileiro de BMX. “Os treinamentos práticos em pista foram cancelado. Então, ele tem feito treinos físicos, mas são bem mais limitados. E ainda têm as tarefas de casa e as brincadeiras comuns das crianças da idade dele”, revela a mãe Ana Paula Oliveira, que está trabalhando em casa com o marido e tem outra filha, uma bebê de 11 meses.

 

“Futebol vive o momento mais difícil da década”

Depois de vencer o Democrata, de Governador Valadares, por 2 a 1, em disputa no módulo II do Campeonato Mineiro, o Betim Futebol, como todos os clubes do país, suspendeu as atividades e liberou os atletas. O zagueiro e capitão do time, Gladstone Pereira Della Valentina, de 35 anos, enfrenta o maior desafio da sua carreira, que é ficar sem competir. “A rotina é totalmente diferente da nossa, mas estamos tomando todas precauções com o corpo e com a saúde”, afirmou.

De acordo com o diretor do time, Fred Pacheco, este o momento mais difícil da última década para o futebol. “Será necessário que as federações e confederações ajudem para que muitos clubes de pequeno porte não fechem as portas”, pontuou.