Estado de alerta

Covid afeta doação de sangue, e no Hospital Regional há falta do tipo O-

Fundação Hemominas orienta candidatos a agendarem pela internet; veja os novos critérios para poder doar

Publicado em 22 de abril de 2020 | 16:37

 
 
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Enquanto o município de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, redobra os esforços para ampliar a capacidade de atendimento da população acometida pela Covid-19, a pandemia do novo coronavírus está prejudicando outra demanda essencial para a assistência hospitalar: a doação de sangue.

Segundo a Fundação Hemominas, os tipos sanguíneos negativos (A-, B-, AB- e O-) estão em estado de alerta, o que significa que, se ninguém doar sangue hoje, em Minas, o estoque duraria por apenas cinco dias.

No Hospital Regional de Betim, apesar de a quantidade de sangue ainda estar sendo suficiente para suprir a demanda da unidade, há baixa do tipo O-, que é doador universal.

“O Hospital Regional, além de dar suporte para a população neste momento de pandemia, continua operando os casos graves que chegam à unidade em situação iminente de morte. Pacientes oncológicos, neuropatas e outros precisam do sangue e dos seus componentes para dar manutenção à vida. Vamos entrar em um momento de colapso em nosso país e, antes que isso aconteça, seria de extrema importância que as pessoas doassem sangue, para que possamos ter condições de atender as demandas que vão aparecer”, salientou Patrícia Evangelista, diretora geral do Hospital Regional.

De acordo com Viviane Guerra, gerente de captação e cadastro da Fundação Hemominas, apesar de entender que o avanço da Covid-19 aumenta a ansiedade das pessoas e o temor em relação à contaminação, o que se reflete diretamente no comparecimento dos doadores e nos estoques, é preciso que as pessoas continuem doando.

“Caso contrário, pacientes hematológicos atendidos pela fundação em Minas, bem como todos aqueles que estão nos hospitais na dependência de transfusões, ficam duplamente fragilizados: pelo vírus em si e pela falta de sangue e hemocomponentes necessários à sua sobrevivência”, frisou Viviane.

Doadora há mais de sete anos, a aposentada Nadir Oliveira, 64, disse que, em junho, voltará ao hemocentro de Betim para fazer mais uma doação. Ela espera que, até lá, a pandemia já esteja mais controlada.

“Acredito que a burocracia impede que mais pessoas doem, mas é importante que todos tenham consciência da importância desse ato, que realmente salva vidas. Espero que tudo esteja melhor até meu próximo agendamento, mas, ainda que não esteja, não deixarei de ir. Mais do que nunca, é hora de sermos solidários”, disse a aposentada

No fim do ano passado, a chef de cozinha Luana Coimbra sofreu complicações no fim da gestação. Ela perdeu o bebê, precisou ficar internada por dez dias e receber transfusão. “Foi um momento muito difícil pra mim. Senti muito medo, e os médicos me disseram que foi a transfusão que me salvou. Espero um dia poder retribuir esse gesto doando sangue também”, conta.

Novos critérios para doar

Diante da pandemia do novo coronavírus, os critérios para poder ser um doador de sangue sofreram algumas alterações.

Candidatos que tenham viajado ou vindo de países com casos de infecções pela Covid-19 somente podem doar 14 dias após essas causalidades, desde que não apresentem nenhum sintoma do vírus.

Pessoas que foram infectadas pela doença somente podem doar 30 dias após completa recuperação da Covid-19, e candidatos que permaneceram em isolamento voluntário ou indicado por equipe médica, devido ao contato com pessoas com sintomas de possível infecção, só podem doar após isolamento de 14 dias, sem apresentem sintomas depois disso.

Já quem apresentar sintomas de resfriado comum, sem história de viagem para áreas endêmicas ou contato com pessoas que vieram dessas áreas, somente estão aptos a serem doadores 30 dias após o término dos sintomas.

Orientações para doar

Para quem quiser se candidatar como doador, a Fundação Hemominas orienta a população para que agende suas doações online por meio deste link ou pelo MGapp. O objetivo é evitar aglomerações e fazer com que as doações ocorram da forma mais segura possível.

“As unidades da Hemominas são ambientes seguros. Estar saudável é uma condição básica para ser um doador”, afirmou Viviane Guerra, do Hemominas. 

Em Betim

A Fundação Hemominas Betim fica na rua Salvador Gonçalves Diniz, 191, no bairro Jardim Brasília, atrás do Hospital Regional. Mais informações: (31) 3512-1050. 

(Com Dayse Aguiar)