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'Eu vivi de novo', diz mulher que se curou da Covid-19

Glauciane de Almeida Carneiro, 42, teve alta do hospital em Betim após 21 dias internada na UTI

Publicado em 17 de junho de 2020 | 20:23

 
 
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Recomeçar a vida. É  esse o sentimento que Glauciane de Almeida Carneiro, 42 anos, tem após receber alta, nesta quarta-feira (17), do Centro de Cuidados Intensivos (Cecodiv 4), de Betim, na região metropolitana, após ter sido infectada pela Covid-19. Ela deu entrada na unidade cerca de cinco dias após dar a luz a um menino. Durante 21 dias, ela ficou no CTI e na UTI da unidade, sendo liberada hoje (17) após ter sido curada. 

"Eu vivi de novo. Hoje é o meu primeiro dia de vida. E também é hoje que meu filho nasceu também. Quero chegar em casa e abraça-lo, assim como os outros dois", disse emocionada a caminho de casa. A saída do hospital dela foi comemorada pela equipe médica, com palmas e muita emoção.  

Glauciane contou que, após dar à luz ao filho e retornar para a casa, começou a apresentar sintomas de síndrome gripal. Ela, que mora em Juatuba, mas estava ficando na casa de familiares em Igarapé, na região metropolitana, para se recuperar do parto, foi procurar atendimento em uma UPA daquela cidade. De lá, encaminharam-na para o Hospital Regional, em Betim.

"Eu dei entrada na ala de obstetrícia porque eu estava com um ferimento na cirurgia. Não enxergava direito, tudo rodava à minha frente e o pior: eu não conseguia respirar bem. Foi um sufoco. Um dia depois, me levaram para o CTI onde fiquei até ontem (segunda, 16). depois, fui para a UTI e para enfermaria até que  recebi alta", conta. 

Ela também relatou que, durante a internação, apesar de ter ficado entubada, conseguia interagir com a equipe médica. "Eu ria com alguns profissionais, me divertia um pouco. O atendimento foi muito bom, fui muito bem tratada e agradeço muito a eles", disse. 

Mesmo assim, ela teve medo. "Depois que entrei no hospital, não vi mais ninguém da minha família até hoje, quando saí. Ontem (segunda), eu conversei com eles por telefone. Mas eu tive muito medo de piorar", conta. 

Angústia

A supervisora de comércio exterior Gláucia Regina de Almeida Carneiro, 44, irmã de Glauciane, conta que ficar sem ver o parente internado é uma das sensações mais ruins pelas quais já passou. "É muito angustiante não poder visitar o doente. Apesar de os funcionários ligarem todos os dias informando o estado de saúde, que ela estava reagindo, não é a mesma coisa. É tipo igual São Tome: tem que ver pra crer. Mas, graças a Deus, a gente confiou na equipe e deu tudo certo. Ela agora está conosco de novo", afirmou. "Choramos todo mundo hoje ao voltar a vê-la", acrescentou.

Gláucia também afirmou que nenhum outro parente foi infectado pela Covid-19, conforme constataram os exames. O menino que nasceu ficou aos cuidados da família, assim como os outros dois filhos que Glauciane já tinha. "Estão todos bem, e agora, com a volta dela, melhor ainda", finalizou.