Betim

'Sentia falta do toque e do carinho da família', diz recuperada da Covid-19

Luciana Aparecida, de 42 anos, ficou internada 10 dias no Hospital de Campanha Fiat Clube, precisou de transfusão de sangue, mas venceu a doença e voltou para casa

Publicado em 29 de junho de 2020 | 15:04

 
 
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"Me sentia abandonada, sozinha. Sentia falta de carinho, do toque dos meus filhos e do meu esposo", esse foi o maior desafio da vida da monitora escolar, Luciana Aparecida da Silva Messias Pereira, de 42 anos, que foi infectada pelo novo coronavírus (Covid-19) e ficou 20 dias internada, sendo dez deles no Hospital de Campanha do Fiat Clube, em Betim, na região metropolitana de BH. 

De acordo com Luciana, o diagnóstico demorou para ser fechado pelos médicos, uma vez que ela já estava enfrentando problemas com um mioma e uma anemia seguida de uma pneumonia.

O primeiro teste rápido realizado deu negativo e, só depois de piorar muito sentindo falta de ar, cansaço e febre, quando foi internada, que veio o resultado do PCR, dando positivo para a Covid-19. "Não fiquei entubada, mas precisei fazer uma transfusão de sangue no período que fiquei no CTI. O vírus é muito forte, mas acredito que ficar isolado contribui para a piora dos pacientes. Tinha dia que a sensação de abandono era muito forte, eu não queria nem falar com minha família no telefone, embora soubesse que a culpa não era deles. Trabalhar o emocional é muito difícil e essa questão pesou muito para que a médica me desse alta", revelou.

Enquanto a mãe lutava pela vida, os filhos, de 7 e 12 anos, e o marido dela, cumpriram quarentena em casa. "Meus filhos já são muito alérgicos e apresentaram sintomas como espirros, tosse e meu marido chegou a perder o paladar e também ficou prostrado, mas nenhum dos três foram testados. Apenas cumpriram a quarentena em isolamento total e já estão todos bem", contou.

Em casa desde a última sexta-feira (26), Luciana ainda se sente muito fraca, está com tosse e precisa fazer acompanhamento com um pneumologista, mas o fato de estar próxima dos filhos de 7 e 12 anos, já tem dado outra motivação para que ela continue o tratamento. "Estou ficando mais quietinha, quase sempre deitada, mas aos poucos vou melhorar. Nossa dificuldade agora tem sido encontrar os medicamentos indicados pelos médicos, que estão em falta nas farmácias", afirmou.