Segurança

Violência em Betim despenca na gestão de Vittorio Medioli

Em 2019, pela primeira vez, desde o início da série histórica, Betim registrou menos de 100 homicídios no ano; queda em relação a 2004 foi de 63,4%

Por Vittorio Medioli

Publicado em 23 de julho de 2020 | 21:50

 
 
Vittorio Medioli
Colunista de Opinião
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Antes conhecida como uma das cidades mais violentas de Minas Gerais e que enfrentava uma epidemia de homicídios, com uma taxa de 43 assassinatos a cada 100 mil habitantes, como ocorreu em 2009, por exemplo, Betim viu sua realidade se transformar nos últimos três anos, com a queda drástica dos índices de criminalidade. 

Em 2019, pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2004, o município contabilizou menos de 100 homicídios no ano – foram 90 no total –, com uma taxa de 20 crimes dessa natureza a cada 100 mil habitantes. Isso representa uma queda de 63,4% nos assassinatos. 

E essa redução ocorrida na atual administração não acontece apenas com relação aos homicídios. A criminalidade violenta de forma geral – em que também são contabilizados outros crimes como roubos, extorsão mediante sequestro, estupro e latrocínio – também despencou na gestão do prefeito Vittorio Medioli.

O quantitativo de várias modalidades de roubos também caiu drasticamente: no caso de assaltos a veículos, a queda foi de 46,7% se comparado 2019 a 2015; nos roubos a coletivos, houve uma diminuição de 64,1%; nos assaltos a residências, a redução foi de 61,6%. No caso de roubos a comércio, a queda foi ainda mais expressiva: 73,8%. 

Os dados foram divulgados pelo Observatório de Segurança Pública de Betim, que se baseia em números fornecidos pelo Armazém de Dados Estado de Minas Gerais. O setor foi criado nessa administração justamente para buscar informações estatísticas úteis ao assessoramento do governo na adoção de políticas públicas, como também para o planejamento das ações das Forças de Segurança em atuação na cidade. 

Segundo o secretário adjunto de Segurança Pública de Betim, o coronel Júlio Cezar de Paula, a criação do observatório foi apenas uma das ações implementadas pela Prefeitura de Betim, em parceria com os órgãos estaduais de segurança, que resultaram nessa histórica redução da violência. 

O investimento na Guarda Municipal, que hoje trabalha armada e com equipamentos de ponta; a instalação de 15 bases comunitárias da Polícia Militar, distribuídas em pontos estratégicos nas regionais, e o aumento do efetivo militar são algumas medidas importantes adotadas nos últimos anos que contribuíram para a queda expressiva da criminalidade.

“Esse somatório de ações propiciou que Betim pudesse chegar a esses resultados positivos. A integração entre as polícias Civil e Militar, a Guarda Municipal, o Ministério Público e o Poder Judiciário, que, juntos, estão engajados em fazer de Betim uma cidade do bem, com muita luta e disposição, é um dos principais fatores que tem gerado esses resultados”. 

E o resultado é sentido pela população. Júlio Maia, um dos proprietários da loja Moreira Calçados, no centro, teve o seu estabelecimento assaltado três vezes, em 2016, em apenas um mês. Na época, os bandidos entraram pelo estacionamento, fizeram um buraco na parede e roubaram parte do estoque. “A gente tem visto um policiamento mais ostensivo, tanto da Guarda Municipal como da Polícia Militar. Com isso, a sensação de segurança aumentou. O fato de ter instalado uma base móvel da Polícia Militar na praça Tiradentes também ajudou a inibir os crimes”, afirmou. 

O chefe da Polícia Civil da 2ª Região, delegado Rodrigo Bustamente  destacou os bons números da cidade. “A integração das polícias fez com que a 2ª região tivesse uma das maiores reduções de crimes violentos em Minas, e a presença da guarda tem um papel muito importante na prevenção dos crimes contra o patrimônio", disse. 

O comandante da Polícia Militar da 2ª RPM, coronel Alexandre Gontijo, acrescentou: “O case de sucesso que temos obtido nestes últimos anos em Betim é foi fruto de muito trabalho dos valorosos policiais, aliado a integração das forças de segurança e, em especial, da sociedade betinense", afirmou. 
 

Empoderamento da guarda 

A queda dos índices de criminalidade envolve várias ações, dentre elas o investimento na Guarda Municipal (GM), que teve sua estrutura aprimorada nos últimos anos para ajudar a polícia no combate à violência. 

A corporação recebeu cerca de 40 veículos, por meio de uma parceria do município com o governo federal. Outra ação importante foi o armamento da Guarda Municipal, realizado em 2019. Para poderem portar armas com segurança, cerca de 110 guardas fizeram o curso prático Manuseio de Emprego de Arma de Fogo, que segue as diretrizes da Polícia Federal. O município ainda investiu R$ 370 mil na compra de 60 pistolas, quatro espingardas e 36 mil munições.

A prefeitura também investiu R$ 92 mil na aquisição de 397 equipamentos de segurança, como armas lançadoras de granadas, sprays de pimenta e lacrimogêneo, projéteis, além de carregador blindado e pack de baterias.

Recentemente foi criado o projeto “Guardião do Bairro”, onde um ônibus GM, equipado com câmeras de monitoramento, patrulha em forma de rodízio todas as regiões da cidade. 

Também foi sancionada uma lei que prevê a reestruturação da instituição, gerando promoções e outras vantagens. “Nunca um governo investiu tanto na guarda”, afirmou o comandante da GM de Betim, Anderson Reis.