Luto na música

Morre Marcelão do Trombone, um dos músicos tradicionais de Betim

Marcelo Ribeiro Batista, de 74 anos, estava internado por complicação da Covid-19; ele fez parte da banda do João Careca, de quem era filho, da Banda Nossa Senhora do Carmo e do Clube do Choro de Betim

Publicado em 24 de janeiro de 2021 | 16:01

 
 
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Morreu neste domingo (24), aos 74 anos, o músico Marcelo Ribeiro Batista, um dos mais tradicionais de Betim. Ele estava internado há mais de duas semanas em um hospital particular por complicações da Covid-19. Neste domingo, ele teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Nas redes sociais, betinenses lamentavam profundamente a morte dele. 

Marcelão do Trombone, como era conhecido, sempre teve a música ligada à sua vida. Ele é filho de João Careca, que fundou a banda de mesmo nome na década de 1960. Marcelão participou de vários bailes, eventos, Carnavais da cidade, além de ter feito parte da Banda Nossa Senhora do Carmo. Ele tocava trombone, além de saxofone. 

Ele também foi um dos fundadores do Clube do Choro de Betim, em 2002. "Ele era uma pessoa muito importante na história da cidade, pois a história de sua família se confunde com a de Betim. É uma grande perda para a cultura, para a musicalidade. Ele conversava e se integrava com músicos de artistas de gerações diferentes, de todas as idades", afirmou o músico e amigo Dudu Braga, com quem Marcelo tocava no Clube do Choro. 

Ainda de acordo com Dudu, todos gostavam de Marcelo por causa de seu espírito agregador. "Quando ele chegava em algum lugar, todos percebiam, pela sua luz, era uma pessoa muito iluminada, apaziguadora, não gostava de confusão. Era uma pessoa com uma alegria contagiante", completou.

Marcelão foi presidente e vice da Banda Nossa Senhora do Carmo. O contramestre da banda Fábio Costa conta que se apresentou várias vezes ao lado de Marcelão. "Cheguei a tocar junto com ele na banda do João Careca, em vários carnavais e outros eventos. Além de ser um grande amigo, Marcelo foi também meu padrinho de casamento", contou. 

Segundo o músico, Marcelão tinha falas que ficaram marcadas com quem o convivia. "Ele gostava muito de chamar alguém que tocava bem um instrumento de "Nego Duro". Isso ficou marcado. Ele tocou no meu casamento também. E uma coisa que ele fazia com a gente era sair todo dia 25 de dezembro, levando música e alegria para as pessoas. Infelizmente, não teremos que despedir dele distante, mas ficará sempre na nossa lembrança", concluiu Fábio Costa. 

Marcelo deixa a esposa, dona Iza, quatro filhas e um neto.