Risco

Sindicato denuncia surto de Covid-19 na unidade da Regap em Betim

Até o momento, segundo com o Sindipetro, 78 trabalhadores efetivos e terceirizados de um mesmo setor teriam testado positivo para o novo coronavírus

Publicado em 15 de março de 2021 | 19:07

 
 
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O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) denunciou em suas redes sociais que a unidade da Refinaria Gabriel Passos (Regap) em Betim, na região metropolitana, enfrenta um surto de Covid-19, com 78 trabalhadores efetivos e terceirizados de um mesmo setor testados positivo para o novo coronavírus.

Diante da situação, o sindicato informou que enviou, nesta segunda-feira (15), com um ofício para a gerência-geral da refinaria, solicitando a suspensão da parada de manutenção que está sendo feita na unidade da Petrobras em Betim, além de outras medidas para proteger os petroleiros e suas famílias.

“Estamos no pior momento da pandemia. Enquanto o sistema de saúde está em colapso, a Petrobras está realizando uma parada de manutenção e colocando milhares de pessoas em risco. O sindicato tem recebido várias denúncias que mostram que não há como garantir a segurança dessas pessoas em relação à contaminação da Covid. São dezenas de casos confirmados de trabalhadores com Covid, próprios e terceirizados da refinaria, fora os casos suspeitos. Já são 78 trabalhadores contaminados em apenas um setor, em apenas uma semana de parada. Já recebemos relatos de trabalhadores infectados que não conseguiram vaga para se internarem em hospitais de BH. Qual o limite para que estes gestores entendam que não há nada mais importante do que a vida dos trabalhadores? Para onde vão mandar o próximo que vai sair lá de dentro, doente, e não encontrar vaga para se internar?”, questionou Anselmo Braga, diretor do Sindipetro-MG.

O sindicato declarou ainda que, há dois meses, notificou a empresa sobre os riscos que os trabalhadores seriam expostos ao serem submetidos as condições inadequadas de prevenção ao novo coronavírus na refinaria.

No entanto, o Sindipetro alega que a Petrobras afirmou que “todos os protocolos a serem seguidos pela Recuperação de Petróleo Apurado para realização da parada programa na Regap estão em consonância com a preocupação da companhia com a preservação da saúde dos seus colaboradores e a continuidade da refinação, essencial para a sociedade”, alegou o sindicato.

O Sindipetro denunciou ainda que o trabalho desenvolvido na empresa vem apresentando outras falhas, como não evitar a aglomeração de pessoas, já que o número de trabalhadores convocado para cumprir as atividades da parada de manutenção, foi muito alto. O sindicato declarou também que já está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades.

“Há meses o Sindipetro cobrou o adiamento da parada, o que foi negado pela gerência local. Exigimos a interrupção imediata da parada da manutenção da Regap. O sindicato já está em contato com governantes, parlamentares e órgãos competentes para denunciar a situação gravíssima da refinaria. Se nada for feito, não haverá outro caminhão, senão a greve sanitária em defesa da vida dos trabalhadores”, afirmou Braga nas redes sociais do sindicato.   

Por e-mail, a Petrobras afirmou que empresa reforçou as ações de prevenção ao coronavírus, que já estariam sendo já adotadas por ela desde início da pandemia, como a “ampla testagem, o monitoramento de saúde pré-embarque e pré-turno, a higienização, o distanciamento e uso obrigatório de máscara”.

A empresa informou ainda que o teletrabalho foi prorrogado para todas as atividades que podem ser realizadas de forma remota e que ainda estão sendo reforçadas as ações de conscientização e orientação para os colaboradores sobre cuidados individuais. “As barreiras preventivas estão sendo fortalecidas nas unidades operacionais”, declarou.