Restrições

Maioria do comércio não essencial cumpre medidas impostas pela onda roxa

Regras do governo do Estado vale até o dia 31. Centro de Betim registrou queda no movimento de pessoas e de veículos

Publicado em 18 de março de 2021 | 23:54

 
 
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Os dois primeiros dias da onda roxa em Betim, determinada pelo governo do Estado por causa do agravamento da Covid-19, tiveram a adesão de grande parte do comércio não essencial da região Central. A maioria das lojas que deveriam estar fechadas cumpriu com o decreto, mas algumas desrespeitaram a determinação do governo estadual. 

A onda roxa teve início na cidade na quarta (17) após, no dia anterior, o prefeito Vittorio Medioli (PSD) ter anunciado a adesão às determinações estaduais.

Na manhã do primeiro dia, as ruas amanheceram mais vazias do que o costume, com número reduzido de pessoas nas ruas. Entretanto, na porta de bancos, foram registradas filas. 

Na tarde de quinta (18), no horário de pico, quando o trânsito deveria estar movimentado, o tráfego no centro também era tranquilo. “Está bem tranquilo de andar, não vi muita gente nas ruas, apesar de algumas pessoas estarem andando sem máscara”, disse o desempregado José Antônio Chaves.

Entre as medidas restritivas da onda roxa está a proibição o comércio não essencial como lojas de roupas, calçados, eletrônicos, por exemplo, a proibição de cultos religiosos, realização de eventos, e até reuniões familiares. As academias também devem ficar fechadas e está proibida o consumo de bebida alcoólica nos bares e ruas. Os restaurantes podem ficar abertos até as 20h. 

O prefeito criticou a determinação do Estado de colocar todos os 853 municípios mineiro na onda roxa do Minas Consciente. “Por determinação do Estado, podemos deixar desempregadas centenas de pessoas. A nosso ver, era só manter as normas de biossegurança com a flexibilização do comércio, com horário restritivo e regras sanitárias. Acho que trancar tudo, agora, é a prova de que não pensaram direito na pandemia. Aqui, em Betim, nós preparamos o município. Montamos dois hospitais exclusivos para tratar pacientes com Covid e estamos abrindo novos leitos. Estávamos em uma flexibilização mais responsável, com horário restrito do comércio, normas de biossegurança e outras ações que permitiriam que continuássemos funcionando, mas temos que acatar a determinação do Estado. E peço a todos que cumpram com as medidas para sairmos dessa situação o mais rápido possível”, declarou o prefeito.

Opinião

A determinação da onda roxa pelo governo do Estado dividiu a opinião dos betinenses. Enquanto uns acreditam que as restrições serão boas, outros acham que os comerciantes vão sofrer ainda mais. 

Mesmo se enquadrando nas normas do decreto, Edson Oliveira, 37, que possui uma loja de conserto e manutenção de máquinas e panelas, criticou a medida do Estado. “Muitos comerciantes tiveram que fechar, e outros estabelecimentos estão abertos, gerando aglomeração. Na frente de um banco aqui na avenida JK mesmo, tem uma fila cheia de gente. Agora, qual comerciante que paga R$ 4.000, R$ 5.000 de aluguel por mês, consegue ficar nesta situação por 15 dias? É muito complicado”, disse. 

Já o vendedor Luiz Araújo, 58, avaliou como certa à medida do governo de Minas, que, segundo ele, vai “salvar muitas vidas”. “Falta empatia nas pessoas. Essa é uma medida emergencial, que vai durar somente por 15 dias. Os leitos estão lotados”, disse. 

Pista de caminhada
O decreto da onda roxa proíbe a prática de atividades esportivas em praças públicas e pistas de caminhadas. No entanto, na avenida Edmeia Matos Lazzarotti, muitas pessoas saíram às ruas para fazer caminhada. Algumas delas, sem máscara. Nos aparelhos em frente ao acesso ao bairro Bueno Franco, na noite de quarta (18), havia um grupo de jovens reunidos no local, mesmo com a proibição por decreto. “Eu vim caminhar, faço isso sempre e nunca parei. Não vejo problema porque eu não paro, não converso com ninguém, uso minha máscara todos os dias”, contou um morador, que não quis se identificar.