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Betim amplia vagas de UTI em 800% com novos leitos

Prefeito anunciou que cidade chegará, em abril, a 160 leitos de terapia intensiva para Covid. Antes da pandemia, havia apenas 20 no Regional

Publicado em 25 de março de 2021 | 22:35

 
 
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Com a saúde dando sinais de colapso em todo país, com a falta de leitos de terapia intensiva para tratar pessoas com Covid-19 na maioria dos municípios brasileiros, a Prefeitura de Betim anunciou a ampliação da sua estrutura hospitalar, com o aumento para 160 do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade exclusivos para tratamento de pacientes com o novo coronavírus até o início do mês que vem. 

Até quinta-feira (23), havia 84 leitos de UTI ativos no Cecovid 4, que funciona no Centro Materno-Infantil, além de outros 80 de enfermaria que ficam no Hospital de Campanha, o Cecovid 2. 

A abertura dessas 76 novas vagas, além de ser extremamente necessária diante do aumento da demanda – nesta semana chegou-se a 100% de ocupação no Cecovid 4, além da alta ocupação na rede privada –, também é uma medida importante para a saúde pública da cidade. Com isso, durante a pandemia, Betim, que possuía apenas 20 leitos de UTI adultos no Hospital Regional, ampliou em 800% as vagas de terapia intensiva.

“Durante vários anos, o município só teve 20 leitos de terapia intensiva no Hospital Regional. Em apenas um ano, colocamos para funcionar outros 160 de UTI, um aumento de 800%, o que mostra que a capacidade instalada no município cresceu imensamente”, destacou o secretário adjunto de Gestão da Saúde, Augusto Viana.

Além de Betim, os leitos dão suporte assistencial para outros 12 municípios que fazem parte da microrregião de saúde, com Brumadinho, Crucilândia e Esmeraldas.

De acordo com o prefeito Vittorio Medioli (PSD), foi acertado com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) o envio de R$ 5 milhões para suprir parte do custeio desses novos leitos. O município também recebeu 20 novos respiradores do Estado após doação da Fiemg. 

“No último dia 15, tínhamos 60 leitos clínicos e 80 de UTI. Hoje (quinta), estamos com 84 de UTI e 80 clínicos. Até o dia 31, serão cem de UTI e, até o início de abril, chegaremos a 160. Com os leitos clínicos já abertos do Hospital de Campanha, teremos 240 ao todo. Isso mostra que nossa capacidade instalada permite a abertura de novos leitos em momentos emergenciais, como o de agora, para que possamos atender a população de Betim e das demais cidades que fazem parte da região de saúde”, disse.

Para a abertura dos leitos, foram alugados equipamentos por, inicialmente, 60 dias, como respiradores e bombas de infusão. Além disso, segundo o prefeito, serão abertos o sexto andar do Cecovid 4, que hoje funciona como depósito, e o andar que seria destinado a um centro obstétrico.

O material que estava nesses locais foi levado para dois contêineres cedidos pela Sada que abrigarão insumos e medicamentos. “Já assinamos a contractualização com o Estado e para a instalação dos novos leitos. Eles chegarão já totalmente montados e equipados para atendimento”, completou. 

O prefeito frisou a importância de as pessoas não relaxarem na prevenção à Covid.

Legado pós-pandemia

Para garantir a assistência desses novos leitos, o município, com a parceria do Estado, está alugando equipamentos e insumos com uma diária de R$ 960. Nesse cálculo, segundo o secretário adjunto de Gestão da Saúde, Augusto Viana, não entra o gasto com os funcionários. Para ajudar no custeio dos novos leitos que Betim está abrindo, o governo do Estado garantiu o repasse de R$ 5 milhões

No ano passado, o município já havia adquirido equipamentos modernos de última geração, como 120 monitores multiparâmetros e 120 novas camas hospitalares, além de carrinhos de anestesia de última geração e contratação de centenas de profissionais.

Conforme o secretário de Saúde, Guilherme Carvalho, garantir que parte dos leitos de UTI continuem em funcionamento representará mais segurança e qualidade para o atendimento aos usuários. 

“Se conseguirmos manter essa estrutura de leitos duplicada depois da pandemia, poderemos reduzir a permanência dos pacientes nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e no politraumatizado do Hospital Regional, melhorar a retaguarda para atender os casos de urgência e reduzir o cancelamento das cirurgias eletivas e oncológicas. Além disso, também poderemos pleitear que a cidade faça procedimentos de maior complexidade no Hospital Regional”, afirmou Carvalho em entrevista já concedida anteriormente ao jornal.