Economia

Fiat dará férias coletivas a 1,9 mil funcionários do Polo Automotivo de Betim

Montadora confirmou a medida, a partir de segunda (19), e informou que a duração da paralisação será de dez dias. Motivo é a irregularidade no fornecimento de peças e componentes eletrônicos

Publicado em 14 de abril de 2021 | 11:16

 
 
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A Fiat confirmou, nesta quarta (14), que dará férias coletivas a cerca de 1,9 mil funcionários no Polo Automotivo de Betim, na região metropolitana de BH. Segundo informou a montadora, a medida atinge parte dos trabalhadores do segundo turno das linhas de produção e terá início na próxima segunda-feira (19), com duração de dez dias. 

O motivo é a irregularidade no fornecimento de peças, que está mais grave agora com a falta de componentes eletrônicos.

"A fim de adaptar o ritmo de produção às condições atuais de volume e regularidade de fornecimento de componentes, o Polo Automotivo Fiat, de Betim, MG, concederá férias por 10 dias a parte dos trabalhadores do segundo turno de produção, a partir de segunda-feira, 19 de abril, com retorno programado para o dia 29. A medida envolve cerca de 1,9 mil empregados. A empresa continua em contato e em negociação com seus fornecedores para normalizar os fluxos de suprimentos", informou em nota.

Na semana passada, o grupo Stellantis, que detém a marca Fiat, já havia confirmado que tomaria a medida, mas precisaria "bater o martelo" quanto ao período, o que foi divulgado nesta quarta (14).

A imprevisibilidade na entrega de peças e componentes eletrônicos tem levado as montadoras de todo o país a reavaliarem a escala de trabalho. Em março, a montadora já havia colocado em férias funcionário de uma das linhas de produção pelo mesmo motivo.  

Na última quinta-feira (8), cerca de 2.000 trabalhadores foram dispensados das linhas de produção 1 e 3 do segundo turno por falta de componentes.

Fiemg.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) não vê risco de corte de vagas no momento, mas alerta para a necessidade da normalização da cadeia produtiva. O presidente da Câmara da Indústria Automotiva da Fiemg, Fábio Sacioto, diz que o setor espera ajuda do governo federal para amenizar os impactos da segunda onda da pandemia.

"Ninguém esperava mais restrições e o fechamento do comércio, de concessionárias. E a gente esperava que a vacinação seria mais rápida. Inclusive o que preocupa é a demora pela definição do governo sobre a Medida Provisória das reduções de salário e jornada. No ano passado, isso possibilitou garantir os empregos", diz Sacioto. 

Fábio explica que o principal componente em falta na indústria automotiva nacional é o chip semicondutor, usado, por exemplo, nos freios ABS e nas centrais multimídias. "Esse é o mesmo chip usado em televisões, computadores e tablets, e os carros concorrem com esses produtos no uso do chip. E esses produtos eletrônicos tiveram aumento na demanda na pandemia", diz.