Alívio

Betim recebe medicamentos do kit intubação do Estado pela primeira vez

Município recebeu 2.600 ampolas de cisatracúrio, que são neuro bloqueadores, e 5.000 de midazolam, que são sedativos. Segundo a prefeitura, o estoque dura cinco dias

Publicado em 19 de abril de 2021 | 11:36

 
 
normal

Betim, na região metropolitana, recebeu, no último sábado (17), carregamentos de dois medicamentos dos 17 que compõem o kit intubação para pacientes que estão internados em leitos de terapia intensiva do Centro de Cuidados Intensivos (Cecovid 4), onde ficam os doentes com quadros graves da Covid, e no Hospital Regional.

O envio desses remédios foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) após a pasta distribuir esses medicamentos para hospitais de Minas - 108 mil unidades enviadas pelo Ministério da Saúde e 25 mil adquiridas pela própria SES. Foi a primeira vez que o Estado enviou esse tipo de medicamento para Betim.

O município, que tem um dos maiores centros de UTI de Minas que tratam pacientes com a Covid - são 120 leitos de terapia intensivas ativos, além de outros 90 clínicos -, recebeu 2.600 ampolas de cisatracúrio, que são neuro bloqueadores, e 5.000 de midazolam, sedativos. Este total entregue, segundo a prefeitura, será suficiente para cinco dias.

O município pretende chegar a 160 vagas de UTI, mas a insegurança em relação ao envio de kit intubação compromete a ampliação. 

Assim como várias cidades do país, Betim também possui baixo estoque desses medicamentos para sedar pacientes intubados porque o Ministério da Saúde passou a centralizar a quantidade desses sedativos junto aos fornecedores. Com a alta demanda, por causa do pior momento da pandemia até o momento, os municípios estão buscando outras maneiras de repor os estoques e continuar com a assistência. Outra situação que pesa nesse momento é que os pacientes com Covid têm média de internação de 20 dias e demandam alta quantidade de medicamentos.

"O município recebeu um total de 7.600 ampolas desses dois medicamentos, dos 17 que compõem o kit intubação. Esse abastecimento nos atende por cerca de cinco dias. A prefeitura continua buscando outros meios para repor esse estoque e evitar a falta de medicamentos. Seguimos entendendo que a responsabilidade principal de fornecimento é das autoridades superiores, o Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde, dado à forma em que esses dois entes optaram em tratar a questão sobre esses medicamentos estratégicos", afirmou o secretário Adjunto de Gestão da Saúde de Betim, Augusto Viana.

Segundo nota oficial, o município segue em negociação com diversos fornecedores para conseguir a entrega dos produtos com mais agilidade. "Além disso, o município estuda a tomada de providências judiciais para tentar restabelecer o fornecimento dos medicamentos e insumos de sedação", declarou a prefeitura em nota.

A SES-MG declarou que o estoque de sedativos utilizados na intubação do paciente de Covid encontra-se em nível não recomendável para o enfrentamento da pandemia, mesmo com a chegada destes insumos, e que as unidades hospitalares, que antes trabalhavam com estoque de 60 dias ou mais, enfrentam dificuldades no abastecimento. "Para fazer frente a este cenário, Minas Gerais conta com a rede solidária da Saúde Pública, que permite o remanejamento de insumos entre as instituições que observam aumento no consumo destes medicamentos", disse em nota.

O Ministério da Saúde disse que iniciou a distribuição de medicamentos do kit intubação na sexta (16). Foram adquiridos 2,3 milhões de unidades, que foram enviadas para todo o país. "Os insumos foram adquiridos na China e doados ao Governo Federal por um grupo de empresas formado pela Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raízen", informou.