Polêmica

Prefeito de Betim espera que Anvisa reveja decisão sobre a vacina Sputnik V

Vittorio Medioli declarou, nesta terça (27), que município continuará com as tratativas para aquisição do imunizante. Anvisa não autorizou a importação de doses para o Brasil

Publicado em 27 de abril de 2021 | 17:16

 
 
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O prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD), declarou, nesta terça (27), que espera que a vacina russa Sputnik V possa ser autorizada e liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Medioli disse que ficou surpreendido com a decisão da Anvisa de reprovar a importação e a distribuição do imunizante russo em todo o Brasil. 

"Betim fez uma reserva de compra de 1,2 milhão de doses. Fomos surpreendidos com o parecer da Anvisa, que desqualifica a vacina. Foi o primeiro ente nacional no mundo quem vem com essa decisão. Esperamos que (essa decisão) seja equivocada e possa ser corrigida nos próximos dias", declarou. 

O prefeito também afirmou que representantes da prefeitura vão a Moscou, na Rússia, no próximo mês, para continuar com as tratativas de negociação.

"Nosso entendimento com o fundo russo continua. Enviaremos um representante nos próximos dias 10, 11 de maio para seguir com as tratativas de importação. Esperamos que até lá as coisas evoluam no sentido positivo. Não conseguimos finalizar outro tipo de vacina até porque, elas estão com propostas sempre com valores muito acima da média internacional, e, nós como entes públicos, não podemos compactuar com isso", afirmou. 

 

O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima, disse hoje (27) ainda haver espaço para a aprovação e liberação da importação da vacina Sputnik V. De acordo com ele, a Anvisa pode rever a posição se conseguir acesso às informações técnicas que considera que faltam. Essa mudança pode ocorrer na avaliação de pedidos de importação pendente da Sputnik.

Em março, Betim anunciou que negocia a aquisição de 1,2 milhão de doses da vacina Sputnik V com base em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou Estados e municípios a adquirirem os imunizantes, além de legislação federal própria (14.124 e 14.125).

Não é apenas Betim que está em tratativas para importar a vacina russa. Pelo menos 14 Estados brasileiros, principalmente do Nordeste e Norte, além de outros municípios, também negociam a importação do imunizante frente à baixa disponibilidade de vacinas, até o momento, pelo Ministério da Saúde. 

Segundo a Anvisa, a reprovação para a importação e a distribuição da vacina russa se deu por falta de dados completos para análise da agência. 

Balanço 
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram aplicadas em Betim, até esta terça (27), 60.831 doses no município das vacinas CoronaVac e de Oxford/AstraZeneca.