Em Betim

CPI que cobra obras da VLI é prorrogada e ouvirá a ANTT

Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara apura irregularidades da falta de transposição na ferrovia

Publicado em 14 de julho de 2021 | 22:13

 
 

A Câmara Municipal aprovou o pedido para prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurar o atraso da VLI – empresa que administra a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) – na execução de dez transposições na linha férrea que corta cidade. 

O vereador e presidente da CPI, Paulo Tekim (PL), disse que a continuidade dos trabalhos será necessária para que a CPI escute instituições importantes no processo, como representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de vítimas de acidentes que ocorreram na a linha férrea. “Por isso, vamos pedir que o prazo para a CPI concluir seu trabalho seja prorrogada por mais 90 dias, mas acreditamos que antes disso vamos conseguir concluir a nossa apuração”, relatou. 

A reunião da CPI que ouvirá os representantes da ANTT está marcada para o dia 11 de agosto – os parlamentares entraram de recesso na última terça (13).

As obras de transposição estavam previstas por uma resolução 4.131 da própria ANTT, de 2013, que determinou que a concessionária deveria investir R$ 930 milhões em obras de seguranças nos municípios cortados pela ferrovia. Em Betim, seriam R$ 130 milhões à época para fazer transposições (viadutos e trincheiras) nos pontos críticos. Esse valor, hoje, chegaria a R$ 184 milhões só para o município. 

Tekim ressaltou que a comissão tem buscado ouvir o maior número de envolvidos. “Já identificamos que essas obras são extremamente necessárias para a cidade e que tem que ser buscadas junto a VLI, que é a responsável pela linha férrea. A empresa fala em fazer melhorias como cancelas, que são apenas paliativas e não resolvem o problema. Ouvimos nessa semana comerciantes que nos relataram de perdas com o trem parado impedindo o trânsito. Conheci pessoas que morreram na ambulância enquanto esperavam o trem passar. Isso não pode continuar”, informou o parlamentar.

Desde o início do seu primeiro mandato do prefeito Vittorio Medioli, a prefeitura cobra a realização dessas transposições. 

Em nota, a VLI disse que as obras integravam uma proposta do governo federal de 2013 para melhorias em localidades, mas foi substituída em pagamentos em função de um acordo judicial do qual participaram o MPF, a ANTT e DNIT. A empresa alega que não tem autonomia na destinação do recurso.