Comemoração

Fiat completa 45 anos em Betim com resultado histórico

Fábrica mudou a história do município e de Minas ao inaugurar fábrica em 1976. Marca alcançou 26,1% de participação do mercado brasileiro em junho

Publicado em 08 de julho de 2021 | 19:45

 
 
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No dia 9 de julho de 1976, a história de Betim e de Minas Gerais mudou completamente. Naquele dia, era inaugurada da fábrica da Fiat no município. Era a implantação do projeto cujo acordo de comunhão de interesses havia sido assinado três anos antes entre o presidente da empresa na época, Giovanni Agnelli, e o então governador do Estado, Rondon Pacheco. 

Desde o modelo 147 – o primeiro a ser lançado – até hoje, já foram produzidos mais de 16 milhões de veículos. Hoje, a fábrica é o centro de um polo automotivo que reúne mais de 120 fornecedores em torno de Betim. 

E junto com os 45 anos da Fiat no município, completados nesta sexta (9), a marca alcançou um resultado histórico: 26,1% de participação do mercado do país em junho. 

No acumulado do ano, a marca ampliou sua liderança no mercado, com 22,1% de participação. Dos dez veículos mais vendidos no Brasil, cinco são da Fiat. Desses, três têm produção em Betim: a Nova Strada, o mais vendido, o Argo e o Mobi.

A implantação da planta no município há quatro décadas e meia foi um impulso na economia de Minas Gerais, consolidando a industrialização do estado e também para a cidade. A instalação de novas empresas na região diversificou o parque industrial mineiro, proporcionando um aumento do número de empregos e de geração de riqueza. 

O polo automotivo ocupa uma área de 2,2 milhões de m² e tem capacidade para produzir 700 mil automóveis e comerciais leves por ano e 1,3 milhão de unidades de motores e transmissões. Em Betim, são produzidos os seguintes modelos da marca Fiat: Uno, Fiorino, Doblò, Grand Siena, Nova Strada, Mobi, Argo e Pulse. São produzidas ainda as famílias de motores Fire, Firefly e GSE Turbo.

“Temos construído uma trajetória ao nosso ver fantástica da marca fora do país de origem, fora da Itália. Em Betim, hoje, temos a sorte de contar com 15 mil colegas dos mais preparados, talentos e competentes da indústria. São pessoas apaixonadas com o que fazem e com o que construíram, e estão trilhando para o futuro”, destacou o presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa. 

Esses 45 anos foram marcados por grandes avanços. Em 1979, o Fiat 147 foi o primeiro carro movido 100% a álcool no país. Em 1990, o Uno Mille se tornava o carro mais barato do país. Nos anos 2000, a fábrica chegou a marca de um carro produzido a cada 20 segundos. E a planta está em processo permanente de modernização, recebendo contínuos investimentos para manter-se atualizada com a melhor tecnologia produtiva a nível mundial.

Novas áreas de desenvolvimento de veículos foram implantadas simultaneamente à modernização de instalações, como equipamentos, processos e sistemas a partir do conceito da Indústria 4.0.

Comemoração segura 
As comemorações dos 45 anos da Fiat em Betim serão feitas, segundo a empresa, de maneira segura. Nesta sexta (9), autoridades, como o prefeito Vittorio Medioli (PSD) e o governador Romeu Zema (Novo), e outros convidados deverão visitar o polo automotivo e acompanhar a produção, ainda em fase de pré-série, do Fiat Pulse, o primeiro SUV da marca que será lançado este ano. 

Luzes serão projetadas nesta sexta-feira, a partir das 19h, a partir do Edifício Piemonte, em Nova Lima, que abriga escritórios da empresa. As cores verde, branco e vermelho, que lembram a bandeira da Itália e o logotipo flag da Fiat, riscarão os céus a partir dos dois pontos e poderão ser vistos a quilômetros de distância. 

No sábado (10), das 9h às 13h, serão distribuídas flores para a comunidade, na praça Milton Campos, e das 14h às 18h, na praça do Encontro. Praças e locais tradicionais de Belo Horizonte também serão palco desse tipo de ação. 

Entrevista com Antônio Filosa, presidente do grupo Stellantis na América do Sul

Como o senhor avalia os 45 anos da Fiat no Brasil? 
Tudo começou em julho de 1976 na fábrica de Betim. Na época, um grupo de dirigentes, em Turim (na Itália), decidiu globalizar as operações. O Brasil naquele momento, dentro dos mercados emergentes, era o mercado que mais atraia as atenções. 45 anos é muita coisa, é muita história para lembrar, foram muitos avanços e inovações, além de uma série de altos e baixos de mercado. Mas temos construído uma trajetória ao nosso ver fantástica da marca fora do país de origem, fora da Itália. Em Betim, hoje, temos a sorte de contar com 15 mil colegas dos mais preparados, talentos e competentes da indústria. São pessoas apaixonadas com o que fazem e com o que construíram, e estão trilhando para o futuro. Agradecemos ao Brasil por esses 45 anos de parceria, que é tão importante para a marca. Agradecemos também à equipe, porque há quatro anos não estávamos tão bem como estamos agora. 

Com a desaceleração do mercado nos últimos anos, qual foi a estratégia adotada pela Fiat para se manter líder? 
A história da Fiat desde Betim acompanha louros, mas momentos também de um pouco mais de dificuldades. O privilégio que estamos vivenciando nos últimos anos é uma forte retomada do market share da relevância de mercado, da capacidade de inovar da marca assim como da capacidade de engajar os próprios consumidores, isso é o que tem levado a Fiat aonde ela está agora. Há três, quatro anos, a Fiat no Brasil estava com 13% de market share, parecia que tínhamos começado um declínio severo. Mas, junto com a equipe da marca de vendas no Brasil, definimos uma chamada de melhoria de retomadas, que passou pela criação de novos produtos para trazer para a marca novas tecnologias. Tudo isso tem se transformado no lançamento da nova Strada, na execução da nova fábrica de motores em Betim, do lançamento da nova Fiat Toro, e isso tem gerado um momento positivo para a marca, que agora estamos claramente trabalhando para que ele se estenda e celebremos todos juntos. 

Quais os próximos passos da Fiat no Brasil? 
Com muita paixão e muita dedicação estamos trabalhando para o lançamento do Pulse, que é o primeiro SUV da marca. Estamos nos dedicando também muito ao desenvolvimento do segundo SUV da marca que virá no ano que vem. Esses 45 anos são uma celebração muito importante para nós, ele coincide com o momento mais alto do market share da Fiat no nosso histórico passado. O número que alçamos em julho era de 26,5% aqui. O Brasil é um dos países onde a marca se encontrou mais à vontade e isso acredito que seja muito devido a uma forte proximidade entre as origens da marca, que é italiana, a gente fala com as mãos, como a jóia de viver, a incrível criatividade dos brasileiros. A Fiat, assim como a gente fala na nossa comunicação, é meio brasileira e meio italiana, sem tirar nada aos argentinos e chilenos, que também amamos.