Pesou no bolso

Gasolina sobe 27% desde janeiro, e encher o tanque está R$ 60 mais caro

Preço médio do combustível em Betim está em R$ 5,84, sendo que no início do ano era R$ 4,61. Foi o oitavo reajuste anunciado pela Petrobras só em 2021

Publicado em 08 de julho de 2021 | 20:13

 
 
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Após oito reajustes no preço da gasolina somente este ano anunciados pela Petrobras – o último deles, de 6,3%, entrou em vigor na terça (6) –, encher o tanque está cada vez mais complicado. Isso porque o litro do combustível já bate na casa dos R$ 6. Desde janeiro, o preço do produto já subiu 27% no município, índice bem acima da inflação medida do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulava 8,53% nos últimos 12 meses.

A reportagem fez um levantamento de preços, na quarta (7), em dez postos da região Central de Betim e constatou o preço médio de R$ 5,84. O menor valor encontrado foi R$ 5,79, e o maior, R$ 5,99. Já a gasolina aditivada ultrapassou a barreira dos R$ 6 em alguns estabelecimentos.

Para se ter uma ideia, em janeiro, o preço da gasolina custava, em média, R$ 4,61 no postos de Betim. Com isso, no início do ano, encher um tanque de 50 litros ficava em torno de R$ 230. Agora, o valor está bem maior: R$ 292, cerca de R$ 60 a mais do se gastava em janeiro.

“Está difícil. Eu, por exemplo, não estou abastecendo mais o tanque cheio porque está pesado. Vou fazendo aos poucos, semanalmente, para não apertar muito. O pior é que, onde eu transito, a maioria dos postos tem preço igual, diferença de poucos centavos”, reclamou o vendedor autônomo Ricardo Tavares de Jesus. 

Junto com o reajuste da gasolina, a Petrobras também anunciou aumento em outros tipos de combustíveis. O diesel já vai sair da refinaria custando dez centavos a mais, provocando impacto no valor do transporte de mercadorias.

Para o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), o novo reajuste nos preços dos combustíveis é ruim para os empresários do setor, pois a tendência é de uma queda da demanda quando há um grande reajuste. 

“O consumidor sempre reclama com o dono do posto que o combustível está caro, mas é preciso destacar que, para nós, os aumentos também são muito ruins. Cada aumento significa que precisamos de mais capital de giro com cartão de crédito e as vendas caem muito”, diz Carlos Guimarães, presidente do Minaspetro. 

E os motoristas não estão tendo muita saída para economizar porque o etanol também está nas alturas. O preço médio do litro é R$ 4,25. Em janeiro, custava R$ 3,18 – 33% a menos do que hoje. 

Gás de cozinha 
Além dos combustíveis, a Petrobras também reajustou o valor do gás de cozinha nas distribuidoras. O aumento de 5,9% já está em vigor, fazendo com que o botijão de 13kg já bata na casa dos R$ 100. 

É o décimo quinto aumento consecutivo no preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobras, após um período de queda no início da pandemia. Desde 2019, o produto vendido pela estatal acumula alta de 66%. Segundo a Petrobras, os reajustes acompanham a elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e derivados.

(com Cyntia Oliveira)