Seminário em Betim debate o trabalho infantil e como combatê-lo

“Eu digo não ao trabalho infantil. E você?”. Foi com essa provocação que a Prefeitura de Betim, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), promoveu um seminário nessa quinta-feira (9), no auditório da PUC Mina, para marcar os dias nacional e mundial de combate ao trabalho infantil, celebrado em 12 de junho.

O evento, voltado para gestores e trabalhadores da rede de proteção (saúde, educação, assistência social, esportes), de órgãos de controle e responsabilização e de organizações sociais, debateu maneiras de identificar e, principalmente, combater a exploração de crianças e adolescentes. 

“Tivemos um público considerável. As pessoas responderam a esse chamado, e eu espero que elas saiam daqui comprometidas com o enfrentamento dessa grave violação de direitos”, afirmou a assistente social e apoio técnico-metodológico do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Semas, Maria José de Souza Coelho. “Quando debatemos o tema, começamos a identificá-lo com mais facilidade nos espaços em que circulamos, seja no âmbito público ou no privado, como no caso do trabalho infantil doméstico”, completou Maria José.

A referência técnica em Saúde do Trabalhador Márcia Lazarino chamou a atenção para a importância de os profissionais estarem atentos e com o olhar treinado para reconhecerem os sinais de exploração. “Por exemplo, uma criança que chega atropelada poderia estar vendendo coisas na rua. A que cai da bicicleta, às vezes, estava indo fazer a entrega de algum produto. É preciso identificar a situação de trabalho e fazer a notificação”, alertou.

Presente como espectadora no evento, a auditora fiscal do trabalho e chefe da inspeção do trabalho da circunscrição de Betim, Lisliene Viegas, fez um apelo: “Eu peço a todos que tenham conhecimento de uma situação de trabalho infantil em qualquer de suas formas - seja remunerado ou não, dentro de casa, com trabalho doméstico para alguém - que faça a denúncia. Pode ser pelo Disque 100, desde que passem as informações necessárias, como o nome, mesmo que seja apenas o primeiro, a função e o melhor horário para fazermos a inspeção”, ressaltou Lisliene.