Suspeita de abuso

Alunos da PUC Betim denunciam casos de assédio de professores

Episódios estariam ocorrendo nas turmas de medicina veterinária desde 2019; universidade afirma que está atenta à mobilização dos estudantes e que as suspeitas requerem a devida apuração

Publicado em 16 de novembro de 2022 | 22:07

 
 

Alunas do curso de medicina veterinária da PUC Minas Betim, na região metropolitana de BH,  estariam sendo vítimas de importunação sexual nas dependências da universidade. De acordo com uma das estudantes, os casos vêm ocorrendo desde o primeiro período das aulas, em 2019. Segundo as denúncias, ao menos quatro professores estariam envolvidos.

“São várias as práticas, desde propostas indecorosas até toques não autorizados em nossos corpos”, relata uma das supostas vítimas, que pediu para não ter o nome identificado por questões de segurança. “Há ocasiões em que eles se aproximam dando desculpas de que estão ajustando instrumentos, como estetoscópios e jalecos, para tocarem a gente. Isso é mais comum de acontecer na fase final dos períodos, já que é quando estamos mais ávidos por estágios. Eles usam esse nosso momento de fragilidade para tentar obter vantagens”, conta.

Os professores manteriam um modus operandi semelhante, de acordo com denúncias recebidas pela reportagem de O TEMPO. “Alguns [...] mandam mensagens provocadoras para as alunas, chegam a tocar nelas nas aulas práticas, puxam assuntos com conotação sexual por mensagens de texto e ficam oferecendo estágios e oportunidades de emprego futuras para elas em troca de aceitarem conversar com eles ou acompanhá-los em estágios de campo”, diz uma das denúncias recebidas via mensagem de texto.

A Polícia Civil informou que ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre os casos.

O outro lado

Por meio de nota, a PUC Minas esclareceu que “está atenta à mobilização de alunos em função de denúncia, surgida nas redes sociais, de assédio por parte de um professor contra uma aluna da universidade”. 

O texto ainda diz que esse tipo de suspeita requer “a devida apuração” e que é necessário “cercar-se de todos os cuidados e protocolos institucionais para que não haja nem impunidade, que significaria a persistência de práticas inaceitáveis, nem condenações prévias, que podem transformar injustamente suspeitos em vítimas”.