Atendimento de crianças com doenças respiratórias em Betim sobe 174%

A queda de temperatura no outono fez com que o atendimento de crianças de até 14 anos com sintomas de doenças respiratórias na Rede SUS Betim quase triplicasse. Foram 8.468 atendimentos feitos nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da cidade em abril, 174% a mais do registrado em janeiro, com 3.086. Considerando-se o total de atendimentos por doenças respiratórias – crianças e adultos –, o crescimento foi de 58%, passando de 20.379 em janeiro para 32.239 em abril. 

Betim também registrou aumento de internações de crianças com diagnóstico de doenças respiratórias. Em janeiro, 50 pacientes foram atendidos no Hospital Regional contra 59 em abril, ou seja, um aumento de 18% de crianças assistidas nos leitos de enfermaria e nas vagas de UTI neonatal e pediátrica da unidade hospitalar. 

Para conseguir atender a sazonalidade do período, a Secretaria Municipal de Saúde informou que tem adotado uma série de medidas. Entre elas, destacam-se o reforço do atendimento pediátrico nas UPAs Teresópolis e Norte e a oferta de assistência médica a crianças na UPA Alterosas desde o dia 20 de abril. 

De acordo com a secretaria, outras medidas adotadas para conseguir suprir o aumento da demanda por atendimento das doenças respiratórias foram ampliar o número de leitos de enfermaria e de UTI pediátrica no Hospital Regional e capacitar os médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) sobre o manejo das doenças respiratórias. 

Secretária de Saúde de Betim, Patrícia Evangelista afirma que a situação no município está sob controle e destaca que os serviços de saúde e a vigilância epidemiológica seguem monitorando o número de casos. “É uma situação que preocupa, mas que é esperada para este período do ano”, diz a secretária. 

Infectologista referência para a rede de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Indiara Penido Médica explica que, com a queda na temperatura, as doenças respiratórias, como resfriado, gripe e Covid-19, tendem a aumentar, porque o confinamento e a permanência em locais fechados e com pouca ventilação aumentam as chances de transmissão dessas doenças respiratórias. 

Por isso, segundo ela, é importante que todos façam a sua parte para se protegerem e protegerem os que são mais vulneráveis ao agravamento de doenças respiratórias, como as crianças pequenas, as gestantes e os idosos. “Aqueles que têm doenças pulmonares, como asma e bronquite, devem redobrar o cuidado nesse período do ano, com o uso correto das medicações de controle e vacinação em dia”, alerta a especialista.