Betim é a sexta cidade em Minas Gerais que mais gasta com bebida alcoólica, aponta estudo do IPC Maps, especializado em potencial de consumo brasileiro. O levantamento mostra que, somente em 2022, o betinense desembolsou R$ 62.153.652 com a compra de bebidas com teor alcoólico – 0,54% do total de R$ 11,4 bilhões consumidos no ano passado. No comparativo com 2021, o gasto com esse tipo de produto subiu 0,55%, já que naquele ano foram desembolsados R$ 61.287.586. O valor per capita de consumo de bebida alcoólica em Betim foi de R$ 138,07 em 2022 – superior à média mineira (R$ 131,39) e da per capita nacional (R$ 131,07).
Responsável pelo estudo, Marcos Pazzini avalia que os dados podem chamar atenção para investidores e fabricantes de bebidas alcoólicas para enxergar Betim como um município atrativo para esse nicho de mercado. “O betinense se dedica ao trabalho e também à diversão, com idas a restaurantes, happy hours e outras atividades que envolvam ‘se divertir’. É um sinal também de que o lifestyle de antes da pandemia está voltando ao normal”, avalia.
Presidente da Associação de Food e Beer Trucks e Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais, o mestre cervejeiro e sommelier de cervejas Danilo Mata avalia com otimismo o resultado da pesquisa. “Após longo período de dificuldades na pandemia, os bares e os restaurantes de Betim estão retomando o pleno funcionamento. Novas casas também estão abrindo na cidade. Isso tudo contribui para termos nossas cervejas em mais pontos pela cidade. O estudo corrobora que, daqui pra frente, teremos expansão nos negócios”, opina Malta.
Se por um lado os números do estudo projetam aquecimento da economia e animam o setor de bares e restaurantes, por outro, preocupam especialistas devido ao vício e impactos desse tipo de consumo à saúde do ser humano.
Segundo os responsáveis pela divisão da Superintendência Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas, Ingret Boas e Walter Barbosa, o abuso de bebida alcoólica está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, como distúrbios mentais e dependência alcoólica, além do comprometimento das relações sociais e de trabalho.
“O consumo excessivo de bebida alcoólica impacta não apenas a saúde do sujeito, com alterações do estado normal do organismo, como também suas relações sociais, já que familiares, amigos e pessoas de seu convívio podem estar, direta ou indiretamente, envolvidos com o excesso de substância consumida pelo usuário”, alertam ambos os especialistas.