A Prefeitura de Betim enviou, na última segunda (14), um ofício ao Instituto Butantan manifestando interesse na aquisição da vacina CoronaVac contra a Covid-19. A vacina está sendo produzida pelo Butantan em parceria com o farmacêutica SinoVac e é um dos imunizantes que serão usados no Brasil, pois constam no Plano Nacional de Imunização do governo federal.
De acordo com a carta de enviada pela Secretaria Municipal de Saúde, há a intenção do município em poder adquirir, após a liberação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – órgão federal que regula e autoriza o uso de vacinas –, 200 mil doses da CoronaVac, o que daria para imunizar inicialmente 100 mil pessoas, já que a vacina deverá ser aplicada em duas doses.
“Já estávamos em tratativas com o Instituto Butantan desde o início do mês, conversando com a diretoria do órgão sobre a vacina que estão produzindo. Eles pediram para a gente formalizar, e fizemos essa carta de intenção. Foi o primeiro passo mais formal dentro da possibilidade de aquisição dessas doses. É importante esclarecer que pedimos informações técnicas sobre a vacina, questões sobre preço, transporte, armazenamento. Com isso, esperamos que o Butantan nos envie esclarecimentos sobre o imunizante”, explicou o secretário adjunto de Gestão da Saúde, Augusto Viana.
A quantidade de doses manifestada que poderá ser adquirida pelo município levou em conta a população dos grupos prioritários, como trabalhadores da área da saúde, idosos e pessoas com doenças crônicas. Segundo Viana, apesar de o calendário de imunização ser de responsabilidade do governo federal, o município está agindo para reforçar a vacinação. “Betim tem um plano de enfrentamento da pandemia que estamos desenvolvendo desde o início do ano. E vimos, durante todo o ano, que houve falhas na condução das ações tanto pelo governo federal quanto pelo estadual. Por isso, esse nosso interesse na vacina fabricada pelo Butantan é de resguardar ainda mais a população”, disse.
A vacina CoronaVac é desenvolvida pelo Butantan – instituto que já é responsável pela produção de várias outras vacinas e soros no país. O instituto brasileiro espera entregar à Anvisa os dados técnicos completos do imunizante no dia 23, que são os resultados da fase 3, e pedir o registro oficial.
De acordo com Viana, a CoronaVac é uma das vacinas que mais se enquadram na estrutura existente do município. “Ela se enquadra nas características das demais vacinas que temos, na questão de armazenamento, refrigeração (de 2º a 8º). Ou seja, não precisaria montar uma nova estrutura, como é o caso de algumas outras vacinas. Mas é preciso que a vacina seja eficaz e segura e ser aprovada e liberada pela Anvisa”, completou.
Apesar da carta de intenção enviada ao Butantan, a Secretaria Municipal de Saúde ressalta que também há discussão com o Ministério da Saúde.
“Há discussão com o governo federal, responsável pelo Plano Nacional de Imunização, quanto pelo governo estadual, que nós seguiremos. Mas o município também está fazendo sua parte dentro daquilo que se pode fazer. É uma iniciativa nossa de buscar alternativas e reforçar a assistência. Temos toda estrutura pronta para fazer a imunização assim que a vacina for autorizada”, finalizou Viana.