Outubro Verde

Betim registra alta de casos da sífilis: 23,2% em um ano

Município reforça ações para combate à doença, que tem cura; diagnóstico e tratamento são oferecidos pelo SUS

Publicado em 11 de outubro de 2023 | 15:38

 
 
Outubro Verde: Mês marca a luta contra a sífilis, que, nos últimos anos, voltou a crescer no Brasil e no mundo Outubro Verde: Mês marca a luta contra a sífilis, que, nos últimos anos, voltou a crescer no Brasil e no mundo Foto: Freepik/ Divulgação
normal

O chamado Outubro Verde, mês de conscientização sobre a prevenção da sífilis, chega com um número que exige alerta à população de Betim, na região metropolitana de BH: segundo dados da Vigilância Epidemiológica, no período de um ano, entre 2022 e este ano, o número de casos da doença passou de 524 para 646, um aumento de 23,2%. Ainda segundo os dados, a taxa de incidência de sífilis adquirida passou de 3,3 para 101,4 por 100 mil habitantes de 2010 até o ano passado – um crescimento de 31 vezes. 

“Como resposta a esse cenário, a prefeitura tem intensificado a realização de testes rápidos em toda a rede de atenção à saúde do município, além de fazer o encaminhamento adequado para tratamento. É importante que a população esteja atenta a essa mensagem de prevenção, fazendo o uso de preservativos, realizando testes periódicos e que as gestantes façam o pré-natal”, afirma Jupiter Barbosa, referência técnica do Setor de Doenças Infectocontagiosas do município. 

O especialista reforça o recado à população lembrando que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar sequelas mais graves da doença. “Testar, tratar, curar e monitorar. Só assim conseguiremos combater a epidemia de sífilis”, pontua. 

Para marcar o Outubro Rosa e o Dia Nacional de Combate à Sífilis, celebrado no terceiro sábado do mês, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promove, a partir da segunda (16), diversas ações de prevenção e educação em saúde. 

Programação

As atividades têm início na Unidade Básica de Saúde (UBS) Sítio Poções, no dia 16, das 7h às 18h, com a realização de testes rápidos e a distribuição de preservativos e materiais informativos.

Entre segunda (16) e sábado (21), das 7h às 17h, em conjunto com as ações do Outubro Rosa, a UBS Teresópolis promoverá atividades de conscientização contra a sífilis, com rodas de conversa em sala de espera, distribuição de material informativo e realização de testes. 

No sábado (21), às 9h, a equipe da unidade promove mais uma roda de conversa, voltada para o público feminino, sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e os cânceres de mama e do colo do útero. As participantes também poderão fazer o teste rápido para detecção da doença.

Já o Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças Infecciosas (Sepadi) promoverá dois eventos especiais para a população, com a oferta de testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C, aconselhamento pré e pós-teste, além da distribuição de material informativo e de preservativos.

Na quinta-feira (26), a ação ocorre no Partage Shopping, das 13h às 18h. Na terça-feira (31), será na sede do Sepadi, das 8h às 17h. 

Mas as ações de prevenção e conscientização não se restringem ao Outubro Verde. Durante todo o ano, as UBSs e o Sepadi oferecerão orientação da população contra a sífilis e outras ISTs. 

Subnotificação

Segundo a prefeitura, devido à pandemia da Covid-19, ocorreu, em 2020 e 2021, uma subnotificação da doença, que acabou apontando uma falsa redução dos casos. Em Betim, dados da Vigilância Epidemiologia apontam, além do aumento geral de contaminações, alta também da sífilis em gestantes e da congênita (decorrente de transmissão vertical da mãe para o bebê).

O que a doença pode provocar? 

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto que faz sexo sem camisinha, como também a do bebê, que pode ser infectado pela mãe durante a gestação. A sífilis congênita é uma das formas mais graves da doença e pode causar aborto, morte prematura e má formação no feto. 

“A sífilis representa um grande problema de saúde pública, tanto para adultos quanto para os recém-nascidos quando se trata da congênita. Os principais riscos são lesões e feridas como úlceras genitais indolores, que podem passar despercebidas e levar à disseminação da infecção. Se não tratada, a sífilis pode progredir para estágios mais avançados, afetando órgãos internos, como o coração, o cérebro e os ossos, provocando complicações graves e até a morte. A sífilis aumenta o risco de contrair HIV ou de transmiti-lo a parceiros sexuais, além de aumentar significativamente a mortalidade neonatal e ocasionar partos prematuros”, explica Jupiter Barbosa, referência técnica do Setor de Doenças Infectocontagiosas de Betim. 

SAIBA MAIS

Prevenção: A melhor forma de evitar a doença é usar corretamente a camisinha. A testagem e o acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais no pré-natal contribuem para o controle da sífilis congênita.

Tratamento: A sífilis é grave, mas tem cura. O diagnóstico e o tratamento são feitos pelo SUS.