Crime

Casal é indiciado por aborto e infanticídio em Betim

Suspeitos abandonaram a bebê recém-nascida com vida em um córrego no bairro Jardim Nazareno, em 2018; embora tenham sido acusados, suspeitos não foram detidos

Publicado em 30 de novembro de 2023 | 16:57

 
 
Conclusão do inquérito sobre o caso foi apresentada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na tarde desta quinta-feira (30) Conclusão do inquérito sobre o caso foi apresentada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na tarde desta quinta-feira (30) Foto: Lucas Bressane
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Um casal suspeito de ter abandonado um bebê recém-nascido de 7 meses dentro de uma sacola em um córrego em Betim, na região metropolitana de BH, foi indiciado pelos crimes de aborto e infanticídio, ou seja, homicídio cometido pela mãe durante ou logo após o parto. A conclusão do inquérito sobre o caso foi apresentada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na tarde desta quinta-feira (30). O crime ocorreu no bairro Jardim Nazareno, em 2018. Os acusados, no entanto, não foram detidos. 

Segundo o titular da Delegacia Especializada em Homicídios de Betim, Otávio Luiz de Carvalho, os investigadores conseguiram chegar até a identidade da mãe da bebê, que não teve o nome revelado na coletiva de imprensa, depois de oficiarem as unidades de saúde em Betim e descobrirem que, no mesmo dia em que o bebê foi abandonado, uma jovem de 19 anos havia feito uma curetagem - pequeno procedimento médico recomendado para remover qualquer tipo de tecido do útero - em uma unidade da cidade.

"Nós então indiciamos essa jovem, que negou o crime. Na época, ela argumentou que estava grávida há pouco tempo e que, após um sangramento, foi até o hospital, onde fez a curetagem. Mas, depois, conseguimos provas de que ela tentou o aborto, de que a criança havia nascido com vida e que ela, junto do namorado dela na época, de 24 anos, jogaram o bebê no córrego, causando a morte dele", revelou o delegado.

Na ocasião, o Carvalho afirmou, inclusive, que uma irmã da suspeita contou que a jovem de 19 anos havia tomado um medicamento abortivo porque tinha medo de que o ex-companheiro dela soubesse da gravidez indesejada de outro homem. "Ela pediu para o namorado na época o medicamento. Ele comprou, ela tomou, mas a criança, mesmo com o aborto, nasceu com vida", esclareceu o delegado. 

Durante as investigações, as equipes da Homicídios fizeram buscas na residência da jovem de 19 anos e encontraram no imóvel pertences dela, que continham material genético dela que foi usado posteriormente para fazer um exame de DNA. "O resultado deu positivo e mostrou que ela realmente era a mãe da criança. Depois disso, nós concluímos as investigações e indiciamos os dois", afirmou o delegado. 

Segundo Carvalho, o casal não foi preso em função do fato ter ocorrido há cinco anos, porque os suspeitos não possuem antecedentes criminais e por ambos terem endereço fixo e emprego formal. "Agora, ficará a cargo da Justiça o processo criminal. Mas, caso eles sejam condenados, podem pegar até 6 anos de prisão pelo crime de infanticídio. Já pelo crime de aborto, ele pode pegar até quatro anos de detenção e, ela, até nove anos de prisão", explicou o delegado. 

Relembre o caso

O corpo da recém-nascida foi encontrado com o cordão umbilical, em lesões. Na época, testemunhas contaram para a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que uma mulher desconhecida havia passado pelo local onde a bebê foi achada e jogou uma sacola no córrego.