Betim

Congresso de Ufologia: segundo dia do evento aborda enigmas cósmicos

Mais quatro palestras reuniram pesquisadores que vêm se dedicando há anos ao trabalho ufológico no país

Publicado em 21 de outubro de 2023 | 22:09

 
 
Congresso de Ufologia - 1° Encontro de Ufologia de Betim acontece de 20 a 22 de outubro no teatro do Monte Carmo Shopping, na região metropolitana de BH Congresso de Ufologia - 1° Encontro de Ufologia de Betim acontece de 20 a 22 de outubro no teatro do Monte Carmo Shopping, na região metropolitana de BH Foto: Ronaldo Silveira
normal

O segundo dia de palestras do Congresso de Ufologia - 1° Encontro de Ufologia de Betim, que acontece de 20 a 22 de outubro no teatro do Monte Carmo Shopping, na região metropolitana de BH, tratou de enigmas cósmicos registrados no Brasil e também nos Estados Unidos (a exemplo da Área 51, em Nevada). Neste sábado (21), mais quatro palestras foram ministradas por pesquisadores que vêm se dedicando há anos a esse trabalho.

O primeiro a se apresentar foi o diretor da Associação Mineira de Pesquisas Ufológicas (Ampeu), Albert Eduardo, abordando casos de abduções ocorridos em Minas Gerais - termo, aliás, que ele não concorda que seja empregado: “Essa palavra é uma ‘maquiagem’ utilizada para transformar o sequestro com violência em uma coisa agradável, o que ele não é”, enfatiza o pesquisador.

Alguns dos episódios mais emblemáticos na ufologia foram lembrados por Albert, a começar por aquele que é considerado o primeiro contato de quinto grau no mundo, o Caso Villas-Boas, como ficou conhecido o sequestro ocorrido em São Francisco de Sales, no Triângulo, em 1957. O fazendeiro Antônio Villas-Boas arava a terra à noite quando foi abordado por seres alienígenas que o levaram à força a bordo de uma nave, na qual ele foi despido, teve amostras de sangue coletadas e ainda foi obrigado a ter relações sexuais com uma humanoide. 

Outro registro ufológico de grande repercussão em território mineiro foi o de Varginha, no Sul do Estado, em 1996. Mas, apesar de ele ter se tornado uma referência entre curiosos e até mesmo céticos, o diretor da Ampeu diz que não se pode limitar a ufologia aos avistamentos ocorridos no município. “Temos coisas muito mais substanciais. Varginha passa a ser praticamente um cisco perto do que nós temos recolhido ao longo dos anos e até recentemente”, frisa o pesquisador. 

Como estudioso da área, Albert chama a atenção para uma constatação: todas as vítimas de sequestros (ou abduções) relatam o mesmo modus operandi dos seres extraterrestres. “Eu já consegui traçar, e isso não foge à regra. É o seguinte: eles invadem o nosso espaço aéreo a qualquer hora do dia ou da noite, não dão satisfação do que estão fazendo, pegam as pessoas quando elas estão isoladas ou quase, e os resultados das experiências feitas a bordo dessas naves são realmente dolorosos e traumatizantes. Isso eu posso dizer com toda certeza: nós temos realmente que estudar melhor esse povo. Alguém está se beneficiando disso, e podem estar certos de que não somos nós. De forma nenhuma”, conclui.

Objetivos e surgimento de mitos

Organizador do congresso, o pesquisador Paulo Werner levantou outra questão durante a sua apresentação: seria a Terra um laboratório extraterrestre? Segundo ele, nas últimas três décadas, período em que vem se dedicando aos estudos ufológicos, tudo leva a crer que seres de outros planetas estão realizando pesquisas e coletando amostras biológicas e minerais. “Temos vários casos relatados desses seres fazendo esse tipo de coleta. A gente sempre compara com o que nós já fazemos: estamos pesquisando o universo, mandando sondas a outros planetas para coletar amostras e entender a formação do universo. Esses seres podem estar mais avançados do que nós até 3.000 anos e já deter uma tecnologia que permite que eles venham aqui mais facilmente”, pontua Werner.

Questionado sobre o porquê de o assunto ser tão cercado por tanta desconfiança e resistência, o pesquisador considerou alguns pontos. Segundo ele, criou-se um estigma em torno dos fenômenos ufológicos, tidos como uma pauta delicada e que as pessoas não levam a sério. “Só que, de uns cinco anos pra cá, a imprensa passou a ter um novo olhar sobre a ufologia, e a Nasa, que, até então, nunca tinha se pronunciado sobre o assunto, agora criou um time de 16 especialistas para estudar a ufologia. Então, o tema ganhou um espaço maior na mídia, de seriedade. Quando a pessoa procura informação séria sobre ufologia, ela vê que é uma coisa real”, garante o organizador do evento.

Outra presença no segundo dia do encontro foi a de Antônio Faleiro, um dos pioneiros da pesquisa ufológica no país. Em sua apresentação, ele chamou a atenção para a relação dos Objetos Voadores não Identificados (Ovnis) com o folclore brasileiro. De acordo com o pesquisador, historicamente, os Ovnis foram interpretados como assombrações e eventos folclóricos como o boitatá, a mulher de branco, o saci-pererê e tantos outros. “Os indígenas e populares criaram alguns desses mitos por não saberem explicar o que eram os objetos. Então, os associavam a formas”, explica Faleiro.

De acordo com o palestrante, a explicação para a aparição da mula sem cabeça é a seguinte: tratava-se de um Ovni pousado, com um farol ligado, umas hastes de aterrissagem e uma cauda afinada. “A pessoa vendo aquilo falou que era uma mula sem cabeça soltando fogo pela garganta. Daí nasceram esses mitos. O primeiro que houve no Brasil foi o do mbai tatá [ou coisa de fogo, em tupi], descrito pelo padre Anchieta numa carta jesuítica em 1590. Era um ser que raptava os indígenas e desaparecia com eles”, afirma Faleiro. 

Referência nos estudos ufológicos, o pesquisador já esteve em todas as partes do Brasil e também em outros países participando de pesquisas e congressos. Ele conta que, até hoje, existem regiões que interpretam o fenômeno Ovni como assombrações e aparições folclóricas. “Esses mitos foram criados pelo não conhecimento das pessoas. Mesmo na atualidade, muita gente não acredita em visitas de seres de outros planetas, mas elas estão claramente expostas em milhares e milhares de relatos pelo Brasil afora. Você pode ir em qualquer região rural que vão te dizer que tem uma bola de fogo, a mãe do ouro, um saci-pererê, e por aí vai”, diverte-se Faleiro.

A programação do congresso se estende até este domingo. Os ingressos ainda podem ser adquiridos pela plataforma Sympla.

Domingo (22 de outubro) - Revelações e Testemunhos 

- 15h: Palestra "Operação Prato - Os Ataques da Luz Vampira" com Keline Borges, advogada, pesquisadora e representante da revista OVNI Pesquisa em Belém (PA).  

- 16h: Palestra "Casos Clássicos Brasileiros e da Ufologia Mundial" com Edison Boaventura Júnior, escritor, pesquisador e coeditor da revista OVNI Pesquisa. 

- 17h: Palestra "Caso Varginha - 27 Anos do Enigma" com Vitório Pacaccini, um dos principais investigadores do famoso caso e coautor do livro "O incidente em Varginha".  

18h: Apresentação de Liliane Fátima e Valquíria Aparecida, as duas testemunhas do "ET de Varginha", seguida de uma mesa redonda com os pesquisadores Edison Boaventura, Vitório Pacaccini e Renato Azevedo.