Falta pouco para Betim, na região metropolitana de BH, conhecer os vencedores da 5ª edição do concurso Beleza Negra, evento promovido pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. A final será no dia 1º de dezembro, em um evento no quintal da Casa da Cultura Josephina Bento a partir das 19h, com shows da banda Raça Brasileira e do DJ Scott.
De acordo com o coordenador da comissão organizadora do concurso, José Joaquim de Brito, o Janaúba, cerca de 250 pessoas participaram das seletivas regionais, culminando em dez casais finalistas.
“Esse concurso é uma forma de incluir as pessoas das periferias para participarem do concurso e também pra mostrarmos a elas que podem ser empoderadas e ocuparem todos os espaços da sociedade”, destaca Janaúba.
Cada integrante da dupla que conquistar o primeiro lugar ganhará aproximadamente R$ 5.000 em prêmios. A segunda colocada receberá cerca de R$ 3.500, e o casal que conquistar o terceiro lugar levará para casa um valor aproximado de R$ 2.500 em prêmios.
Contribuindo com a proposta de fortalecimento da autoestima, na última terça (14), os finalistas participaram de uma roda de conversa sobre empoderamento negro, mediada pela jornalista e editora de Cidades do jornal O TEMPO, Tatiana Lagôa.
“É um concurso que fala muito mais do que beleza, mas também sobre empoderamento da juventude negra. Conversei com os candidatos e vi que eles são superempoderados. Eles sabem o valor da negritude”, salientou jornslista, que também será uma das juradas na final.
Mariane Paula Morais, 26: “É muito importante ter essa representatividade para que outras mulheres e meninas possam nos ver. Decidi participar pra fortalecer essa questão da identidade e também pra termos espaço de fala.”
Wendel da Silva, 28: “Eu vi uma oportunidade de mostrar realmente a beleza dos traços negros, além de contribuir com a inserção do negro na sociedade e na quebra de padrões. Viemos com tudo na questão racial.”
Paloma Benevenuto, 18: “O Beleza Negra é muito mais do que um concurso de beleza. Ele também contribui para o empoderamento do nosso povo e para a representatividade da comunidade negra na cidade.”
Deleon Souza, 27: “O concurso não mostra somente quem é o preto mais bonito, pois todos têm sua beleza. Mas também mostra a importância do empoderamento negro para Minas Gerais e para o Brasil.”
Dominique Soares, 23: “O concurso Beleza Negra tem um papel muito importante porque nós, negros, ainda somos muito discriminados. Então, esse evento é uma forma de sermos reconhecidos e empoderados.”
Wanderson Ribeiro, 26: “Decidi participar para mostrar que nós, negros, podemos chegar aonde quisermos. E é isso que queremos expor para o público: que temos capacidade para fazermos tudo e estarmos em todos os locais.”
Giovanna Dutra, 15: “Representar as mulheres negras do Icaivera seria muito legal. Por isso, decidi participar desta edição. Além disso, acredito que o concurso contribui para o empoderamento do povo preto.”
Werlloany Nascimento, 18: “Quis fazer parte do concurso neste ano porque acredito que, dessa forma, vou ajudar a incentivar outras pessoas pretas a se aceitarem como são e contribuir para que elas sejam empoderadas.”
Ana Stephany Borges, 17: “Minha família me motivou bastante a estar neste concurso, e eu creio que é uma excelente oportunidade para mim. Além disso, é uma ótima forma de mostrarmos toda a beleza que nós, negros, temos.”
Davidson Nascimento, 36: “Fui motivado a participar por amigos e colegas de trabalho. Fiquei tímido no início, mas deu tudo certo. Agora, estou com expectativa de vencer e muito feliz por fazer parte desta edição do evento.”
Kelly Ventura, 25: “Eu já havia sido convidada para o concurso, mas nunca me achei capaz. Hoje entendo que todos podemos, sim, participar de um evento de beleza. Quero ajudar a incentivar outros negros a estarem nos anos seguintes.”
Ualter Ventura, 29: “Não há diferença de beleza entre pretos e brancos. Porém, acredito que o concurso representa a nossa beleza negra e contribui pra que possamos ter nosso espaço. Afinal, creio que os traços negros representam o Brasil.”
Giovana da Silva, 19: “Meu pai me motivou a me inscrever, pois sempre disse que tenho uma beleza muito diferente. Topei participar e espero contribuir com as discussões sobre como todos os negros são lindos.”
Kauan Alves, 19: “Eu não esperava ganhar na minha regional, pois entrei inseguro. Esse título foi importante para elevar minha autoestima, e creio que essa mudança de mentalidade acontece com todos os participantes.”
Ana Flávia Silva, 24: “Antes de participar, eu tinha a autoestima baixa, mas, quando ganhei na seletiva, foi surreal. Esse concurso mudou minha perspectiva de vida, pois passei a ter um olhar diferente sobre minha beleza e minha pele.”
Gabriel Patrício, 32: “Esse concurso tem a importância de mostrar nossa capacidade enquanto negros. Não somente nossa história passada, mas nosso potencial de beleza, que é único. Não é rotulado, mas é algo que somente nós temos.”
Joice Coimbra, 22: “Hoje em dia, a cor preta tem poder, mas muitos fazem com que a gente perca essa percepção. Participar desse concurso é uma forma de ganharmos voz, de termos nosso espaço e mostrarmos que somos todos iguais.”
Victor da Silva, 17: “Esse concurso é muito importante porque luta por uma causa grande e vai ajudar cada vez mais pessoas que têm vergonha da cor a se aceitarem, mostrando como elas são importantes e bonitas.”
Francielle Cassiano, 25: “Perdi meu irmão, que sempre me incentivou, e vou homenageá-lo como pessoa preta. Além disso, quero mostrar para as crianças e adultos que sofrem preconceito que devem se aceitar como são.”
Orleidiano Cruz, 25: “Muitos duvidavam da minha capacidade, e era difícil ter coragem para participar de eventos. Agora, vi que sou capaz. Quero mostrar que nós, negros, temos força para enfrentar qualquer coisa.”