Em Betim

Homem que ateou fogo à companheira é condenado a 24 anos de prisão

Júri popular entendeu que houve feminicídio por motivo fútil e sem chance de defesa; ele deverá cumprir a pena em regime fechado

Publicado em 12 de setembro de 2023 | 20:32

 
 
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Foi condenado a 24 anos e nove meses de prisão o homem acusado de atear fogo e matar a companheira no bairro Guanabara, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, em outubro do ano passado. Ao fim de uma audiência que começou na manhã desta terça-feira (12) e se encerrou no início da noite, o júri popular entendeu que o réu cometeu um crime baseado no gênero (feminicídio), por motivo fútil, sem dar chance de defesa à vítima e usando fogo, quesitos que pesaram na condenação dele.

O homem de 33 anos, que está preso no Presídio Inspetor José Martinho Drummond, em Ribeirão das Neves, desde o ocorrido, deverá cumprir a pena em regime fechado, inicialmente. A possibilidade de recorrer da sentença em liberdade foi negada.

Tanto a família da vítima quanto a da defesa vivem no Estado do Rio de Janeiro e acompanharam o júri por meio de videoconferência. Os advogados de defesa Guilherme Carvalho e Isabela Ketry comentaram a decisão dos jurados, bem como a pena estabelecida pela juíza do caso.

“Era praticamente esperada essa sentença em patamar elevado, principalmente por ser um homicídio com quatro qualificadoras. Foi uma situação amplamente divulgada pela mídia, então, teve muita comoção social. Eventualmente, a gente vai discordar de alguma circunstância qualificadora para aumentar um pouco a pena ou diminuir, mas ficou dentro do patamar esperado pela defesa”, afirmou o advogado do réu, adiantando que vai recorrer.

“Já chegamos aqui sabendo da complexidade, mas sempre com a responsabilidade e o profissionalismo para exercer o papel da defesa, e foi o que nós fizemos hoje no plenário. Independentemente do resultado, nós, em todos os momentos, demonstramos a veracidade dos fatos”, completou Isabela.

A reportagem de O Tempo Betim não conseguiu entrevistar o promotor de Justiça responsável pela acusação.