Neste sábado

Moradora de Betim completa 103 anos

Italiana Giuseppa Bellucci veio para o município em 1955 acompanhada do marido e cinco filhos; aqui, ela aumentou a família e criou raízes

Publicado em 27 de janeiro de 2023 | 00:17

 
 
Giuseppa Bellucci adora cantar, bordar e cuidar do jardim Giuseppa Bellucci adora cantar, bordar e cuidar do jardim Foto: Arquivo pessoal
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Um café “bem à moda do idoso” vai celebrar, neste sábado (28), o aniversário de Giuseppa Belluccio del Gaudio, imigrante italiana radicada em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, há quase sete décadas. Prestes a completar 103 anos, a moradora do bairro Santa Lúcia se mantém em plena atividade e não abre mão de cuidar da horta e do jardim, de bordar, preparar um nhoque nem de tomar um bom vinho todos os dias.

A comemoração vai ser recheada de biscoitos caseiros e pães, iguarias que Giuseppa adora, conforme foi revelado pela educadora Rosa del Gaudio, filha caçula da aniversariante. “Ela é totalmente lúcida e autônoma. Adora bater papo, cantar e bordar. É uma pessoa de um alto-astral incrível, embora já tenha perdido quatro filhos e ficado viúva”, afirma Rosa. 

História

Giuseppa desembarcou no Vianópolis em janeiro de 1955. Natural de Lentiscosa, na província de Salerno, no Sul da Itália, a idosa veio para o Brasil acompanhada do marido e de cinco filhos para trabalhar em uma fazenda de ítalo-brasileiros conhecida da família. Na época, o país europeu enfrentava uma crise econômica, e o índice de desemprego era alto. Além do trabalho, o território betinense representava uma oportunidade de estudo para as crianças.

“Minha mãe acompanhou todo o desenvolvimento industrial e populacional da cidade. Ela chegou a lavar roupa no rio Betim. Conheceu muitas famílias tradicionais”, conta Rosa, nascida no município. 

Segundo a filha, embora sinta saudade da terra natal – das frutas, do azeite e das amizades –, Giuseppa não se arrepende de ter vindo para o Brasil. “Ela voltou à Itália quatro vezes. Depois da última, disse que não queria retornar mais porque a despedida era muito dolorosa”, diz a educadora.