Investigação

Mulher morre após ser levada pelo namorado para o hospital com trauma no crânio

Juliana Carla Tinoco Ferreira, de 45 anos, estava na casa do companheiro, o feirante Marcos Roberto Pereira Brito, que não foi encontrado pela polícia

Publicado em 22 de fevereiro de 2023 | 16:23

 
 
Juliana Carla Tinoco Ferreira, de 45 anos, teve morte encefálica confirmada, no dia 22 de fevereiro, um dia após ter sido levada inconsciente pelo namorado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Alterosas Juliana Carla Tinoco Ferreira, de 45 anos, teve morte encefálica confirmada, no dia 22 de fevereiro, um dia após ter sido levada inconsciente pelo namorado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Alterosas Foto: Arquivo pessoal
normal

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o falecimento da operadora de telemarketing Juliana Carla Tinoco Ferreira, de 45 anos, após ter tido morte encefálica, na manhã desta quarta-feira (22), no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.  

A mulher foi a óbito depois de ter sido levada inconsciente pelo namorado, o feirante Marcos Roberto Pereira Brito, conhecido como Marcão, para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Alterosas, na noite da última terça (21).  

Logo após dar entrada na unidade, ela foi intubada e encaminhada em coma para o Regional, onde precisou ir para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), por causa de um traumatismo craniano.  

Segundo relatos feitos pela mãe do feirante à Polícia Militar, Juliana teria passado mal na casa em que o feirante mora, na rua Joana Escolástica Rosa, no bairro Jardim Alterosas 2ª Seção, e foi socorrida por ele, pela mãe e por outra mulher, que não foi identificada, para a UPA. 

A mãe, que estava na residência em que o filho mora quando a PM chegou, contou ainda que os dois teriam feito uso moderado de bebida alcoólica no dia. O feirante, contudo, não foi encontrado para prestar esclarecimentos.   

Ainda conforme a Polícia Militar, vizinhos viram o momento em que Juliana foi colocada desacordada pelo namorado e por duas mulheres no carro dele, um Palio de cor prata. A PM informou que, em consulta interna, verificou que Marcos possuía passagens por agressão física e verbal. 

O caso foi registrado pela PM como lesão corporal grave e está sendo investigado pela Delegacia de Mulheres de Betim. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento sobre o caso.  

Dor e indignação 

A irmã de Juliana, Débora Tinoco Ferreira, de 28 anos, clama por respostas sobre a morte da operadora de telemarketing. Segundo ela, a família não aprovava o relacionamento de Juliana com o feirante, e conhecidos teriam afirmado que Marcos não seria uma boa pessoa. Débora questiona ainda as versões dadas pela mãe dele para a PM e para a família de Juliana.  

“Para nós, primeiro, ela disse que minha irmã tomou remédio controlado, misturou com bebida alcoólica, e foi dormir. Achamos a história dela estranha, porque minha irmã só fazia uso de medicamentos pra controlar a pressão. Já para os policiais, a mãe dele falou que ela estava bêbada, que caiu e que bateu com a cabeça. Estamos sem saber o que de fato aconteceu naquela casa. Queremos respostas”, clamou Débora. 

A irmã de Juliana disse acreditar que o feirante “fugiu” para esperar passar o flagrante e que, para a família, a operadora de telemarketing morreu depois de ter sido espancada pelo namorado. “O laudo do hospital confirma que ela teve traumatismo e tinha hematomas nos braços, no estômago e na cervical. O Marcos tem um histórico de ser agressivo. Descobrimos que a ex-mulher dele o largou porque era agredida por ela. Minha irmã nunca o denunciou nem se abria com a famílias sobre o que sofria nas mãos dela, mas sempre aparecia com hematomas nos braços e nas pernas. Acreditamos que ele batia nela e a ameaçava”, concluiu Débora.