Tinha Que Ser de Betim

Noemi Gontijo: conheça a história de uma das maiores referências de Betim

Conteúdo de marca do Instagram do #OTB apresenta a trajetória da professora que fundou o Salão do Encontro há 51 anos

Publicado em 22 de junho de 2022 | 17:00

 
 
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A estreia da coluna #TinhaQueSerdeBetim não poderia ser com outra pessoa. Se você não a conhece pelo nome, certamente reconhecerá esta renomada mulher pelos seus feitos em Betim, na região metropolitana de BH.

Noemi Macedo Gontijo, 98 anos, é uma visionária. Já atuou como professora e dedicou sua vida ao Salão do Encontro, instituição que fundou há 51 anos e que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial de Betim.

Ela nasceu no município mineiro de Luz, em 1924, e se mudou para BH em 1936. Diplomada como professora, especializou-se em Artes Industriais e Educação Artística. É educadora, artesã, fundadora e presidente de honra do Serviço Assistencial Salão do Encontro (SASFRA).

Após atuar como educadora em instituições da sua cidade natal e da capital, veio para Betim com a família em 1956. Dirigiu as Escolas Reunidas Sarah Kubitschek, as classes anexas do Colégio Estadual de Betim e iniciou a implantação de oficinas de arte para portadores de deficiência mental da Escola de Excepcionais Nossa Senhora da Assunção.

Dona Noemi carrega histórias icônicas e, uma das que chama mais atenção se deu na construção do Salão do Encontro. Ela pediu, ao delegado da época, que ele "emprestasse" os presos de Betim para realizar a obra.

Segundo ela, um dia, eles chegaram escoltados em um carrão e, no fim do dia, ela perguntou se eles gostariam de voltar a pé para poder ver a cidade e as outras pessoas. Eles disseram que sim, e garantiram que não aconteceria nada. Dona Noemi ligou para o delegado e disse que eles passariam a vir e a voltar a pé e, acredite, não houve nenhuma fuga.

Atualmente, o Salão do Encontro atende gratuitamente cerca de 800 crianças e adolescentes, que recebem formação escolar gratuita e diferenciada. Além disso, cerca de 1.500 pessoas são atendidas diariamente pelas atividades de educação, iniciação profissionalizante e fortalecimentos de vínculos.

Ela recebeu a medalha de Honra da Inconfidência concedida pelo governo de Minas em 1982 e em 2014, além de outros vários prêmios. Por essas e outras, é que Dona Noemi 'tinha que ser de Betim'.