Crime bárbaro

Polícia prende mais um suspeito de matar homem queimado vivo em Betim

Segundo delegado, teria partido dele a ideia de comprar o combustível e atear fogo na vítima; ex-mulher de Alexandre Dutra Cardoso confessou envolvimento e já foi presa

Publicado em 11 de julho de 2022 | 16:37

 
 
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A Polícia Civil de Betim anunciou a prisão de mais um suspeito de envolvimento no assassinato de Alexandre Dutra Cardoso, de 37 anos, queimado vivo no bairro Charneca, em Betim, na região metropolitana, na noite do último dia 30 de junho. O homem, de 36 anos, foi detido em Contagem, no último sábado (9). Ele é ex-namorado da companheira da vítima, de 40 anos, que foi presa na sexta-feira (8), em Betim, e confessou participação no crime bárbaro. A polícia afirma, inclusive, que teria partido dele a ideia de comprar o combustível e atear fogo na vítima.  

De acordo com o delegado de Homicídios de Betim, Otávio Luiz de Carvalho, durante o interrogatório o homem optou por ficar em silêncio. No entanto, além da ex-mulher da vítima ter apontado o envolvimento dele no crime, há provas contundentes que mostram a participação dele e da ex-namorada no assassinato.  

"Conseguimos várias filmagens que mostram a esposa da vítima, uma mulher de 40 anos, saindo e voltando para casa várias vezes na noite do crime, mesmo ela tendo mentido, alegando que teria ficado em sua residência na noite toda do dia do homicídio. Também rastreamento o celular dela e descobrimos que o aparelho deu sinal no mesmo local do crime e no mesmo horário em que o assassinato aconteceu. Também há mensagens trocadas entre ela e o ex-namorado que mostram claramente o envolvimento dos dois. Ela o buscou em Contagem, e ele executou o serviço. Inclusive, ele deu a ideia de comprar a gasolina e atear fogo na vítima", afirma Carvalho. 

O delegado de Homicídio revela ainda que, em depoimento, a mulher de Cardoso alegou que teria cometido o crime brutal porque o companheiro estaria, há dois meses, a agredindo física e moralmente e que, quando ela disse que queria se separar dele, ele teria se negado e, inclusive, supostamente a ameaçou de morte caso ela o deixasse. "Mas vamos fazer outros levantamentos para constatar a veracidade da versão dela dos fatos. A questionamos se ela havia registrado algum boletim de ocorrência contra as supostas agressões dele, mas ela disse que não. Além disso, tanto a família dela quanto a família dele afirmam que a vítima era uma ótima pessoa, que eles não discutiam e que ele nunca a agrediu", diz Carvalho. 

À polícia, a suspeita negou ser amante do ex-namorado e disse que ele teria participado do assassinato para ajudá-la e pela "amizade" que eles tinham. "Soubemos também que, recentemente, a vítima recebeu um acerto de cerca de R$ 90 mil da empresa em que ele trabalhava. Agora, vamos averiguar se eles tentaram, de alguma forma, mexer nas contas dele para sacar este dinheiro ", esclarece.  

O suspeito de 36 anos foi encaminhado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim, e a mulher foi levada para o Presídio de Vespasiano, na região metropolitana. Nos próximos dias o inquérito sobre o crime será encerrado e, conforme o delegado, os dois serão indiciados pelo homicídio de Alexandre Dutra Cardoso. 

Com Suellen Emerik