Propaganda de medicamentos agora tem restrições

Celebridades não podem mais recomendar remédios

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2009 | 23:50

 
 

Literalmente, eles não podem mais ser vistos como um produto qualquer à venda. E a partir desse  pressuposto que, desde a última terça-feira, dia 16, passaram a vigorar no país as novas regras para a publicidade, a promoção e a propaganda de medicamentos no país, de acordo com a resolução nº. 96, de 17 de dezembro de 2008.
A principal mudança que a resolução traz é que a partir de agora as pessoas famosas leigas em medicina ou farmácia não poderão mais fazer propaganda de remédios que não tenham prescrição médica. "O objetivo é garantir que as informações veiculadas sejam corretas, equilibradas e acessíveis", declara o gerente geral de monitoramento e fiscalização de propaganda da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim, atores, jogadores e outras celebridades não poderão mais exibir seu nome, imagem ou voz, "recomendando" o medicamento ou sugerindo que se faça uso dele, alerta a Anvisa.
A resolução também estabelece critérios para a distribuição de brindes e condiciona a veiculação dos medicamentos em eventos científicos e campanhas. Para o procurador da República Fernando de Almeida Martins, "a resolução é um grande avanço porque caracteriza bem situações como a prática da publicidade abusiva.
E a população aprovou a nova determinação. Para o morador do bairro Universal Marcos Aurélio, a resolução foi importante porque o brasileiro é muito influenciado pela mídia, principalmente por artistas de novela. "Tudo que um famoso faz vira moda. E por natureza, o brasileiro toma muito remédio. Com a influência da mídia, ele passa a tomar mais remédio ainda, prejudicando a própria saúde." O prático em farmácia Luiz Carlos diz que a medida é justa porque as pessoas têm pouco conhecimento sobre medicamentos. "Para falar sobre remédios é preciso saber sobre eles."
Para a professora de legislação farmacêutica da UFMG, Micheline Silveira, essa resolução ajuda a extinguir a imagem que o brasileiro tem de que o medicamento é um produto como outro qualquer. "Os remédios sempre oferecem algum risco." O médico e professor Elias Murad acredita que a resolução foi aprovada muito tarde. "Essa determinação deveria ter saído antes. É um absurdo as propagandas indiscriminadas desses produtos, em  que uma ação tóxica colateral não é citada advertindo as pessoas", diz.


O objetivo da resolução é garantir informações corretas