Seminário discute prevenção ao abuso sexual infantil em Betim

Cerca de 200 profissionais que atuam no atendimento a crianças e adolescentes de Betim, na região metropolitana de BH, participaram, na tarde desta terça-feira (30) do seminário “Desafios no combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. 

O evento encerrou as ações da campanha Maio Laranja, que visa levantar o debate sobre o abuso sexual infantil.

"Durante todo o mês realizamos diversas ações de mobilização social. E o seminário vem como mais uma forma de trazer capacitação e informação. O objetivo dele é realmente trazer um atendimento mais humanizado, desde a identificação, até o acolhimento dessa vítima que teve o seu direito violado", pontua.

O evento foi realizado no Centro Administrativo João Paulo II e contou com palestras do procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná,  Murillo José Digiácomo, e da coordenadora de política para crianças e adolescentes da Subsecretaria de Direitos Humanos - vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social -, Eliane Quaresma Caldeira de Araújo. 

Digiácomo destaca que profissionais que trabalham nas redes que atendem crianças devem ficar atentos a como abordar e dar suporte a essas vítimas.

"Temos que ter canais de denúncia devidamente identificados para que possamos apurar esses fatos, tanto na parte criminal, e a polícia tem que estar pronta para investigar; como nas partes de proteção. E é importante que tenhamos órgãos de referência para fazer um atendimento adequado a essa criança e da família, para que possamos identificar situações anômalas que estejam acontecendo. Temos também a escuta especializada, que é um momento importante para que a criança possa se manifestar", salienta o procurador.

O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, afirma que a temática é presente também dentro das escolas. "Na rede escolar chamamos muito a atenção das diretoras das escolas e das professoras para proteger nossas crianças e denunciar eventuais casos de abuso ou irregularidade", afirma o prefeito Vittorio Medioli.

Dentro de casa

De acordo com dados do Governo Federal, cerca de 60% a 70% dos abusos acontecem onde as crianças moram. Em torno de 64% deste crime é cometido por algum conhecido ou familiar da vítima - muitas vezes, pelo próprio pai ou padrasto.

Só em Betim, em 2022, ao menos 59 crianças e adolescentes de 0 a 17 anos foram abusados. Especialistas afirmam que a vítima manifesta sinais quando sofre abusos.

"Qualquer indício de mudança de comportamento brusco, por exemplo: medo exacerbado, medo exagerado de ficar próximo a determinado adulto, algum machucado que não signifique alguma queda, entre outros. Se aparecerem sinais, é importante dialogar. E se a criança resolver falar disso, escute", destaca Eliane Quaresma.

Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100, pelo número 181, ou, ainda, nas Polícias Civil e Militar e Conselho Tutelar.