Crueldade

Suspeito de tentar matar a esposa com óleo quente é preso em Betim

Mulher sofreu queimaduras de segundo grau e precisou passar por duas cirurgias; filho do casal, de apenas 1 ano, também foi atingido

Publicado em 04 de julho de 2022 | 13:30

 
 
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Um suspeito de tentar matar a esposa no bairro Vista Alegre, em Betim, foi preso na última sexta-feira (1°) pela Polícia Civil. O caso ocorreu em 8 de junho, no imóvel em que o casal morava, e, desde então, o homem, de 38 anos, estava foragido. 

Segundo a delegada Ariadne Elloise Coelho, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, o suspeito levantou de madrugada, por volta das 4h, foi até a cozinha e esquentou uma panela de óleo. Em seguida, ele despejou o líquido quente em cima da esposa, de 34 anos, que dormia com um dos filhos do casal, de apenas 1 ano. A mulher sofreu queimaduras de segundo grau em um dos braços e no rosto e foi encaminhada ao Hospital Regional, onde permaneceu internada por 15 dias e precisou ser submetida a duas cirurgias; já o bebê teve ferimentos leves causados por respingos de óleo.

“Imediatamente, esse homem pegou uma mochila que ele tinha preparado no dia anterior e evadiu para rumo ignorado. Segundo os levantamentos realizados nas investigações, o casal já possuía histórico de violência anterior, ameaças e agressão física. A mulher, inclusive, narra que, em data pretérita, ele a teria esganado até ela desmaiar”, diz a delegada.

De acordo com relatos dos filhos adolescentes do casal, as ameaças de morte feitas pelo suspeito teriam se intensificado depois que ele voltou a fazer uso de cocaína e bebidas alcoólicas.

Após cometer o crime, o suspeito foi localizado vivendo como andarilho nas ruas de Belo Horizonte. "Foram necessárias cerca de duas semanas de negociações por telefone para que ele fosse convencido pela equipe a se apresentar aqui, na delegacia, o que aconteceu na última sexta-feira”, afirma Ariadne.

Durante o interrogatório formal, o homem confessou ter jogado óleo quente na esposa, mas alegou que teria sido apenas para assustá-la, e não para machucá-la nem a criança. Ele também negou ter cometido qualquer tipo de violência anterior, bem como o uso de drogas. “É importante ressaltar que os familiares contaram que, cerca de dois dias antes, ele tinha tentado suicídio. A tentativa ou até mesmo a ameaça de autoextermínio é um fator agravante, que indica um sinal alarmante de um futuro feminicídio, segundo o formulário nacional de avaliação de risco, feito pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Ministério Público e aplicado pelas polícias Civil e Militar”, conclui a delegada.