A prefeitura de Betim lançou um plano de metas dividido em três fases para ser completado até o fim de 2028, quando termina o atual mandato e a cidade completa 90 anos. O prefeito da cidade, Heron Guimarães (União Brasil), detalhou, durante entrevista ao programa Café com Política, do canal O TEMPO, as diretrizes de sua gestão e o plano intitulado “Betim 90”. O chefe do executivo destacou a publicação de 19 novos decretos, com o objetivo de dar celeridade ao planejamento estratégico adotado, com foco inicial na “arrumação” administrativa e nas prioridades de saúde e transporte público.
“Começamos uma transição logo no dia 7 de outubro. Contei com a ajuda imprescindível do prefeito Vittorio Medioli, que deixou o cargo, e já tomamos conhecimento do que era mais urgente”, afirmou Heron. Segundo ele, sua gestão será dividida em três etapas, denominadas “Betim 90”, em referência ao 90º aniversário da cidade, que será comemorado em 2028, ano em que termina seu mandato.
“A curto prazo, que são os 100 primeiros dias, faremos ajustes e arrumação. A médio prazo, em 2025, vamos preparar a cidade e realizar as licitações, como as duas grandes de transporte público e limpeza urbana. A longo prazo, temos o PPA (Plano Plurianual), que é uma obrigação prevista por lei e que vamos colocar em prática.”
O prefeito ainda destacou que tem trabalhado para superar entraves burocráticos, especialmente nas publicações de novos editais e licitações “A grande trava disso tudo não é nem a ponta, apesar de o dinheiro faltar na ponta. O problema é a questão burocrática. Por isso, vamos investir muito no setor de administração para avançar, sobretudo, nos processos licitatórios”, disse.
Dentre as principais ações previstas, Heron mencionou a construção de sete escolas e oito creches em 2025, além do anexo do hospital regional e um viaduto no bairro Jardim Teresópolis. Também estão no planejamento a conclusão do aeroporto até 2027 e a parceria com o governo estadual para a ligação da Via Expressa a Brumadinho.
No primeiro dia de mandato, Heron anunciou a publicação de 26 decretos para estruturar a administração. Ele explicou que essas medidas têm como objetivo “dar celeridade em três principais aspectos: tecnologia, gestão e controle”. O chefe do executivo ainda destacou a composição de seu secretariado, que deve dar continuação à gestão do ex-prefeito Vittorio Mediou. Segundo Heron, 38% dos integrantes fizeram parte da gestão anterior, enquanto 62% assumem pela primeira vez ou retornam à administração pública após um período afastados.
Conforme o novo prefeito de Betim, em 2017, quando o ex-prefeito Vittorio medioli foi eleito para seu primeiro mandato, a dívida pública da cidade ultrapassava R$ 2 bilhões, incluindo quase R$ 800 milhões com a Andrade Gutierrez. Durante o governo Medioli, a dívida foi reduzida e parcelada, sendo quitada em dezembro de 2024. “Eu participei no finalzinho da gestão, e conseguimos grandes avanços. O prefeito [Medioli] tem mérito, pois conseguiu anular essa dívida, entregar a cidade com superávit e reduzir a dívida com a Andrade Gutierrez para R$ 200 milhões, que foi parcelada em 112 vezes e cuja última prestação foi paga em dezembro”.
Com orçamento estimado em R$ 3,2 bilhões para 2025, a gestão de Heron tem 27% dos recursos destinados à saúde, 30% à educação e 33% à folha de pagamento. Ele afirmou que planeja “deixar a cidade com ‘CPF limpo’ e eficiência” ao final de seu mandato, além de implementar uma reforma administrativa para integrar secretarias e otimizar a gestão.
“Vamos propor uma reforma administrativa para juntar as secretarias de Administração, Finanças e Fazenda em uma Secretaria de Gestão de Finanças, integrar Ouvidoria, Contadoria e Auditoria em uma Secretaria de Compliance, e criar uma Secretaria de Desenvolvimento Urbano, que unirá a Secretaria de Obras e a empresa de serviços municipais”.