O senador Cleitinho (Republicanos) informou que vai denunciar no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e na Polícia Ambiental de Minas a suspeita de que a mortandade de cerca de 4.500 peixes no rio Paraopeba, flagrados na semana passada por moradores e pescadores no ponto de encontro entre o rio Betim e o manancial, até o município de Esmeraldas, pode ter sido ocasionada pelo despejo de algum produto químico ou substância tóxica no rio. Segundo ele, os documentos com as denúncias serão protocolocados nos dois órgãos até a manhã desta terça-feira (16/9).
“O crime ambiental coloca em risco não apenas a fauna aquática, mas também a saúde pública e o ecossistema local. Diante da gravidade da situação, solicitamos que o Ministério Público e a Polícia Ambiental façam uma investigação imediata no local. No documento, pedimos que os fatos relatados sejam verificados e que os responsáveis pelo crime ambiental sejam investigados. Também solicitamos que as medidas cabíveis para responsabilização dos culpados sejam adotadas e que as providências necessárias para mitigar os danos ao meio ambiente sejam tomadas”, detalhou o senador para a reportagem de O TEMPO Betim.
Na sexta-feira (12/9), Cleitinho postou em suas redes sociais um vídeo em que aparece na Fazenda da Ponte, em Esmeraldas, mostrando um dos locais onde grande parte dos peixes mortos foram encontrados. “Um verdadeiro absurdo! Olha o crime que está acontecendo em MG. Vamos atrás desses canalhas!”, denunciou o senador na postagem.
Presidente do Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, Heleno Maia, também afirmou que, caso os culpados da mortandade massiva sejam identificados, vai acionar a Justiça para punir os responsáveis. “Nossa equipe recolheu, ao longo do rio, cerca de 4.500 peixes, além de água e sedimentos, que foram encaminhados para laboratório. Em breve, teremos os resultados e saberemos o que motivou essa mortandade. Ela se iniciou abaixo do rio Betim e atingiu Esmeraldas. Pedi urgência aos laboratórios. Aguardamos os laudos para tentar identificar o verdadeiro criminoso”, salientou.
A mortandade massiva de peixes no rio Paraopeba também está sendo investigada por órgãos ambientais, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Secretaria de Meio Ambiente (Semad) e a Secretaria de Meio Ambiente de Esmeraldas.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente declarou, por meio de nota, que as medidas para mitigar os impactos ambientais serão definidas com base nos resultados das investigações e do monitoramento contínuo realizado pelos órgãos competentes.
A Prefeitura de Esmeraldas afirmou, também em nota, que mantém seu compromisso com a proteção ambiental, a saúde pública e a transparência das informações, permanecendo à disposição para prestar novos esclarecimentos conforme os desdobramentos junto aos órgãos competentes.
Já a Prefeitura de Juatuba emitiu uma nota oficial informou que uma medida preventiva em defesa da saúde pública está sendo adotada pelo município diante das ocorrências registradas e confirmadas em vistoria. O Executivo também recomentou que os moradores não comercializem nem consumam peixes provenientes do rio Paraopeba até nova orientação.
A reportagem de O TEMPO Betim também questionou a Prefeitura de Betim para saber se o município estava investigando o incidente, mas, até o fechamento desta edição, o Executivo não se manifestou.
Já a Copasa garantiu, em nota, que o incidente não tem relação com a rede de operação da companhia e que não há qualquer risco para a população atendida pelo Sistema Paraopeba.
“O trecho em que o problema foi relatado está localizado a mais de 40 km abaixo do ponto de captação utilizado pela empresa”, informou a companhia na nota.
A Copasa declarou ainda que está atuando em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e com a Polícia Militar Ambiental para investigar a causa da mortandade de peixes.