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Após pressão, prefeitura anuncia medidas para o transporte público de Betim

Anúncio ocorreu depois de vereadores denunciarem ameaça de paralisação de linhas da Santa Edwiges, que teria cobrado do município pagamento de subsídio

Por Lisley Alvarenga

Publicado em 04 de setembro de 2025 | 22:14

 
 
Linhas chamadas sociais, que atendem a localidades com baixa demanda de passageiros, estavam ameaçadas de parar nesta semana Linhas chamadas sociais, que atendem a localidades com baixa demanda de passageiros, estavam ameaçadas de parar nesta semana Foto: Carolina Miranda

Depois de sofrer forte pressão na Câmara e de enfrentar uma ameaça de paralisação de algumas linhas de ônibus pela Viação Santa Edwiges, que teria reivindicado o pagamento de subsídio por parte do município, a prefeitura anunciou nesta semana estratégias para o atendimento do transporte coletivo em bairros da cidade por meio de cofinanciamento. Segundo o governo, as medidas incluem a homologação da licitação do transporte coletivo de baixa capacidade (vans) e o cofinanciamento das chamadas linhas sociais. 

As ações foram firmadas em reunião realizada na prefeitura, nesta quinta-feira (4), dois dias depois de os vereadores Gilberto Vianópolis, Carlin Amigão e Layon Silva subirem na tribuna, na reunião ordinária de terça (2), para falar sobre o risco de paralisação das linhas de ônibus. 

“Pedimos uma atenção especial da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana diante do risco de paralisação. Não podemos e não vamos permitir que isso ocorra. Caso não seja pago o subsídio, vão paralisar e vamos fechar a estrada de Pimentas”, ameaçou Gilberto em seu discurso na tribuna. 

Entre as linhas que seriam afetadas estavam a 180A, que faz o trajeto dos bairros Centro a Pimentas; a 180A, que atende do Centro ao Charneca; a 131, que vai do Centro ao Dom Bosco; a 191, do Centro ao Charneca; a 210B, que faz o trajeto dos bairros Decamão ao Várzea das Flores; a 313, do Parque das Acácias ao Hospital Regional; a 315B, do Bueno Franco ao Icaivera; a 411, do Granja Verde ao Centro; e a 450, que trafega dos bairros Alvorada ao São Luiz. 

Agora, com a decisão, as chamadas linhas sociais do transporte coletivo convencional (ônibus), que têm como objetivo atender às localidades com baixa demanda de passageiros, serão mantidas por meio de cofinanciamento, ou seja, a passagem e o subsídio municipal. “Desse modo, é possível garantir estabilidade ao sistema de transporte coletivo e continuar o atendimento às regiões mais distantes da cidade, como as de Vianópolis, Icaivera e Citrolândia”, informou a prefeitura em seu site. 

Além das medidas imediatas anunciadas, a reunião também definiu cinco etapas estratégicas para melhorar o sistema de transporte público em Betim: a contratação de auditoria na bilhetagem eletrônica; realização de consultoria especializada para modelagem da nova licitação; estruturação do financiamento do sistema; renovação da frota e criação de linhas diretas centro-regionais. 

A prefeitura informou que essas linhas contarão com ramais que conectam as regionais aos bairros, prevendo a possibilidade de tarifa reduzida e de gratuidade da passagem em alguns trechos. 

No que diz respeito ao sistema convencional, a prefeitura declarou que as discussões sobre a modalidade de transporte estão condicionadas à definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. “A licitação depende da LDO, que ainda será discutida e votada”, explicou o vereador Paulo Tekim, que é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana.