Depois de sofrer forte pressão na Câmara e de enfrentar uma ameaça de paralisação de algumas linhas de ônibus pela Viação Santa Edwiges, que teria reivindicado o pagamento de subsídio por parte do município, a prefeitura anunciou nesta semana estratégias para o atendimento do transporte coletivo em bairros da cidade por meio de cofinanciamento. Segundo o governo, as medidas incluem a homologação da licitação do transporte coletivo de baixa capacidade (vans) e o cofinanciamento das chamadas linhas sociais.
As ações foram firmadas em reunião realizada na prefeitura, nesta quinta-feira (4), dois dias depois de os vereadores Gilberto Vianópolis, Carlin Amigão e Layon Silva subirem na tribuna, na reunião ordinária de terça (2), para falar sobre o risco de paralisação das linhas de ônibus.
“Pedimos uma atenção especial da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana diante do risco de paralisação. Não podemos e não vamos permitir que isso ocorra. Caso não seja pago o subsídio, vão paralisar e vamos fechar a estrada de Pimentas”, ameaçou Gilberto em seu discurso na tribuna.
Entre as linhas que seriam afetadas estavam a 180A, que faz o trajeto dos bairros Centro a Pimentas; a 180A, que atende do Centro ao Charneca; a 131, que vai do Centro ao Dom Bosco; a 191, do Centro ao Charneca; a 210B, que faz o trajeto dos bairros Decamão ao Várzea das Flores; a 313, do Parque das Acácias ao Hospital Regional; a 315B, do Bueno Franco ao Icaivera; a 411, do Granja Verde ao Centro; e a 450, que trafega dos bairros Alvorada ao São Luiz.
Agora, com a decisão, as chamadas linhas sociais do transporte coletivo convencional (ônibus), que têm como objetivo atender às localidades com baixa demanda de passageiros, serão mantidas por meio de cofinanciamento, ou seja, a passagem e o subsídio municipal. “Desse modo, é possível garantir estabilidade ao sistema de transporte coletivo e continuar o atendimento às regiões mais distantes da cidade, como as de Vianópolis, Icaivera e Citrolândia”, informou a prefeitura em seu site.
Além das medidas imediatas anunciadas, a reunião também definiu cinco etapas estratégicas para melhorar o sistema de transporte público em Betim: a contratação de auditoria na bilhetagem eletrônica; realização de consultoria especializada para modelagem da nova licitação; estruturação do financiamento do sistema; renovação da frota e criação de linhas diretas centro-regionais.
A prefeitura informou que essas linhas contarão com ramais que conectam as regionais aos bairros, prevendo a possibilidade de tarifa reduzida e de gratuidade da passagem em alguns trechos.
No que diz respeito ao sistema convencional, a prefeitura declarou que as discussões sobre a modalidade de transporte estão condicionadas à definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. “A licitação depende da LDO, que ainda será discutida e votada”, explicou o vereador Paulo Tekim, que é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana.